Apresentamos aqui mais novidades adicionadas no nosso blog do Ensino
Religioso. É uma página em separado para indicar publicações de livros
sobre Ensino Religioso tanto didáticos quanto teóricos.
http://eensinoreligiosororaima.blogspot.com.br/p/indicacoes-de-livros.html
Este Blog proporciona subsídios para os professores do Ensino Religioso de Roraima
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
Atividades para 2014
Desejo a todos um Feliz Natal e um ano cheio de felicidades. Que a paz nasça em nossos corações e possamos compreender ainda melhor as diversas visões de mundo religiosos que todos possuem.
Que na presença de Jesus Cristo, figura representativa de muitas religiosidades do nosso tempo, possamos celebrar o seu nascimento. Que esta presença possa ampliar ainda mais nossa consciência religiosa e nossas aberturas para o conhecimento e o respeito de outras religiosidades.
Apresento a todos um cronograma para as atividades do próximo ano. Nele temos o que pretendemos realizar no próximo ano. Fiquemos atentos para o primeiro encontro do ano de 2014 que será realizado no dia 30 de janeiro.
Serão realizados 11 encontros de formação continuada, 2 Fóruns e 2 Oficinas conforme o seguinte cronograma:
Que na presença de Jesus Cristo, figura representativa de muitas religiosidades do nosso tempo, possamos celebrar o seu nascimento. Que esta presença possa ampliar ainda mais nossa consciência religiosa e nossas aberturas para o conhecimento e o respeito de outras religiosidades.
Apresento a todos um cronograma para as atividades do próximo ano. Nele temos o que pretendemos realizar no próximo ano. Fiquemos atentos para o primeiro encontro do ano de 2014 que será realizado no dia 30 de janeiro.
Serão realizados 11 encontros de formação continuada, 2 Fóruns e 2 Oficinas conforme o seguinte cronograma:
CRONOGRAMA
– FORMAÇÃO CONTINUADA – ENSINO RELIGIOSO
AÇÃO
|
TEMA
|
MÊS
|
DIA
|
01
|
Religiões no Estado de Roraima
|
Janeiro
|
30
|
02
|
Religião e Ciência
|
Março
|
13
|
03
|
Narrativas sagradas
|
Abril
|
03
|
04
|
O Catolicismo no Brasil
|
Maio
|
08
|
05
|
O Protestantismo no Brasil
|
Junho
|
05
|
06
|
Neo-pentecostalismo
|
Julho
|
03
|
07
|
Religiões orientais no Brasil
|
Agosto
|
06
|
08
|
O sincretismo das religiões
|
Setembro
|
04
|
09
|
Política, violência e drogas no contexto
Religioso
|
Outubro
|
02
|
10
|
A religiosidade na pós-modernidade
|
Novembro
|
06
|
11
|
Espiritualidade
|
Dezembro
|
04
|
CRONOGRAMA – FÓRUM INTER-RELIGIOSO/ENSINO RELIGIOSO - 2014
-
NºDATAATIVIDADECARGA HORÁRIATEMÁTICA0112/03/2014Iº Fórum Inter-religioso de Roraima/ER.2hCRISTÃS0207/05/2014IIº Fórum Inter-religioso de Roraima/ER2hAFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA0315/05/2014Avaliação dos FórunsXX
CRONOGRAMA – OFICINAS – 4º AO 5º ANO
-
4º ANONºDATAATIV.CARGA HORÁRIATEMÁTICA0130/01/2014Oficina04Sou religioso?0203 e 04/09/2014Oficina04A tradição dos alimentos nas religiões.5º ANONºDATAATIVIDADECARGA HORÁRIATEMÁTICA0130/01/2014Oficina04A vida e seus símbolos.0203 e 04/09/2014Oficina04Rito: O que é?
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
Texto: Teologia
Disponibilizamos o texto sobre Teologia, referente à formação continuada do dia 05 de dezembro de 2013 e para uso em sala de aula. O texto apresenta uma visão de teologia conforme o que preconiza a legislação sobre a obrigatoriedade da oferta desta disciplina no ensino fundamental. Tem como base o Referencial Curricular do Ensino Religioso.
Eixo 4: Teologia
Eixo 4: Teologia
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
Atestado de participação
Este encontro de formação do mês de dezembro é o 11º deste ano. A coordenação do ER agradece a todos os que participaram destes encontros de formação dos professores do Ensino Religioso, e em especial aqueles que tiveram uma presença ativa.
Ao final do encontro do dia 05 de dezembro será entregue o Atestado de Participação nos encontros do ano.
Ao final do encontro do dia 05 de dezembro será entregue o Atestado de Participação nos encontros do ano.
Formação de dezembro
Confirmamos nossa formação para o dia 05 de dezembro, quinta-feira.
Sugerimos a leitura do texto do eixo 3: Textos sagrados (
http://eensinoreligiosororaima.blogspot.com.br/search?q=textos+sagrados).
Além do mais teremos apresentação do tema teológico. Acredito que hoje mesmo disponibilizarei este texto também para a leitura.
Além do mais teremos apresentação do tema teológico. Acredito que hoje mesmo disponibilizarei este texto também para a leitura.
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
Aula de Inglês
Amanhã, dia 09 de novembro de 2013, haverá reunião do curso de inglês da UNIVIRR, às 10h, para decidirmos as reposições das 06 aulas. Obtive informação com a professora Valeska de que estará presente.
Educação cristã no Rio Branco
Disponibilizo a apresentação do Pe Vanthui Neto sobre a História da Educação cristã no Rio Branco. Esta foi a apresentação da palestra ministrada no dia 07 de novembro de 2013, nosso último encontro da formação continuada. Devido à importância da temática e o fato de o palestrante poder estender um pouco mais sua apresentação, não tivemos a temática sugerida sobre o debate de textos sagrados. Numa próxima oportunidade faremos esse debate. Lembrando que para este debate é importante fazer a leitura do texto disponível neste blog.
Educação cristã no Rio Branco (RR)
Educação cristã no Rio Branco (RR)
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
Formação continuada - Novembro/2013
Informamos que a nossa formação continuada do dia 07 de novembro, a próxima quinta-feira, será sobre Textos Sagrados. Seria interessante que todos fizessem a leitura antecipada do texto referente ao tema é só acessar http://eensinoreligiosororaima.blogspot.com.br/search?q=textos+sagrados
Nós faremos um debate amplo sobre o tema. Teremos ainda a Palestra do Me. Pe Raimundo Vanthuy Neto, discorrendo sobre uma temática de sua dissertação.
Nós faremos um debate amplo sobre o tema. Teremos ainda a Palestra do Me. Pe Raimundo Vanthuy Neto, discorrendo sobre uma temática de sua dissertação.
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
Congresso do Ensino Religioso
Diversos professores de Roraima participaram do Congresso do Ensino Religioso em Juiz de Fora, realizado entre 3 e 5 de outubro de 2013. Abaixo está o Boletim 70 do FONAPER, no qual descreve as atividades desenvolvidas pelo Congresso:
Prezado/a educador/a:
Segue um breve relato das atividades
desenvolvidas no VII CONERE que, teve seu início na última quinta-feira
(03), na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF/MG). Foi realizado
no anfiteatro 1 do Instituto de Ciências Humanas (ICH) com a
participação de uns 320 professores e pesquisadores provenientes de
diversas regiões do Brasil. Os participantes foram recebidos com uma
apresentação de viola caipira, tocada pelo compositor e violeiro
Fabrício Conde, natural de Juiz de Fora (MG).
Em seguida, às 18h30, deu-se início à solenidade de abertura que contou com as seguintes autoridades:
- Prof. Adecir Pozzer - Coordenador do FONAPER;
- Prof. Eduardo - Pró Reitor de Extensão da UFJF;
- Prof. Eduardo Salomão Conde - Diretor do Centro de Instituto de Ciências Humanas da UFJF,
- Prof. Arnaldo Érico Huff Junior - Coordenador do Programa de Pós-Graduação de Ciência da Religião da UFJF;
- Profª. Lilian Blanck de Oliveira - Coordenadora da Rede Nacional de Licenciaturas em Ensino Religioso (RELER);
- Porfª. Marga Janete Ströher - Representante da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR).
Entre as 19h e 21h30 a primeira mesa
temática discutiu “A construção dos conhecimentos nas culturas –
tradições religiosas e não religiosas”, que teve como coordenador o
Prof. Dr. Faustino Teixeira (UFJF) e como expositores o Professores: Dr.
Clodomir Barros de Andrade (UFJF), Dr. Agnaldo Cuoco Portugal (UnB) e o
Dr. Vagner Gonçalves da Silva (USP).
A manhã de sexta-feira (4) foi destinada
a realização das comunicações, momentos ricos de socializações de
pesquisas, experiências e de diálogos nos 12 Grupos de Trabalho (GTs).
De todos os trabalhos apresentados, em torno de 70 textos foram
selecionadas para em breve serem publicados nos anais do evento. Durante
a tarde, entre as 14h e 16h ocorreram 12 mini-cursos, momentos
destinados ao trabalho coletivo relacionado à práticas pedagógicas em
Ensino Religioso. Ainda no final da tarde entre as 17h e 19h30 aconteceu
a Mesa II que tratou do tema “Os conhecimentos religiosos e
não-religiosos na produção do conhecimento científico”. Os expositores
foram os Professores: Dr. José Ivo Follmann (UNISINOS); Dr. Lauri Emílio
Wirth (UMESP) e o Dr. Eduardo Gross (UFJF), cuja coordenação esteve a
cargo do Dr. Gilbraz
de Souza Aragão (ANPTECRE e UNICAP).
Na noite de sexta-feira realizou-se
ainda a Assembleia do FONAPER, onde se definiu que o próximo evento, o
XIII Seminário de Formação de Professores para o Ensino Religiosos
(SEFOPER) ocorrerá em Belém do Pará, na Universidade Estadual do Pará
(UEPA). A noite finalizou com uma confraternização em comemoração aos 18
anos do FONAPER com um delicioso bolo mineiro recheado com doce de
leite, com direito à vela, canto e palmas de parabéns.
Na manhã de sábado (5) encerrou-se o
evento com a Mesa III, que tratou da temática “A (re)construção dos
conhecimentos religiosos e não- religiosos no Ensino Religioso”, tendo
como expositores os Professores: Dr. Carlos Rodrigues Brandão (UNICAMP e
UFU), a Dra. Anísia de Paulo Figueiredo e o Drando Elcio Cecchetti, que
ocupou o espaço da Profª Lílian Blanck de Oliveira que se ausentou por
motivo de doença. A coordenação da mesa ficou sob a responsabilidade do
Prof. Dr. Carlos André de Macedo Cavalcanti (UFPB).
A coordenação do FONAPER agradece a parceria com a UFJF e a todos os participantes e aguarda todos/as no XIII SEFOPER em Belém do Pará em 2014.
Atenciosamente,
Coordenação FONAPER
Gestão 2012-2014
Moral e Ética
Para a temática da moral e da ética temos um vídeo interessante do programa Diálogos impertinentes, produzido pela TV PUC de São Paulo. Na realidade é um debate entre o filósofo Olavo de Carvalho e o doutor em teologia e frei dominicano Carlos Josaphat sobre o tema "A Moral". Ele foi transmitido pela TV PUC-SP em 20 de setembro de 1998.
A Moral (Ética): Programa diálogos impertinentes.
A Moral (Ética): Programa diálogos impertinentes.
Palestra: Identidade Narrativa
Disponibilizamos a apresentação Paul Ricoeur e a questão da identidade narrativa, realizada em palestra pelo professor Manoel Rabelo no último dia 08 de outubro. O tema envolve a concepção de identidade e ética, assuntos referentes ao Eixo 4 do nosso Referencial Curricular. O texto desse eixo será disponibilizado na semana que vem. Para quem usa o windows mais recente pode baixar qualquer arquivo. Para quem usa versões mais antigas prefira em pdf ou power point.
Paul Ricoeur e a questão da identidade narrativa em pdf.
Paul Ricoeur e a questão da identidade narrativa em Power point.
Paul Ricoeur e a questão da identidade narrativa em odp.
Paul Ricoeur e a questão da identidade narrativa em pdf.
Paul Ricoeur e a questão da identidade narrativa em Power point.
Paul Ricoeur e a questão da identidade narrativa em odp.
Textos Sagrados
Disponibilizamos aqui em duas formas "Textos Sagrados". Está disponível no próprio blog e em pdf para baixar:
Eixo 3 em PDF: Textos Sagrados.
48GLAAB,
Bruno. Hinduísmo,
Eixo 3 em PDF: Textos Sagrados.
EIXO
3: Textos sagrados
3.1
Revelação: a manifestação do sagrado nas tradições religiosas
através da pessoa ou indivíduo escolhido pela divindade, na qual o
mesmo o representa
A revelação representa uma das principais maneiras de formulação
dos princípios religiosos. Ela pode acontecer tanto pela indicação
de uma pessoa como fonte da revelação divina ou um grupo de
pessoas. É necessário compreender que a maior parte das revelações
são comunitárias, isto é, recebida por um grupo de pessoas, que
aos poucos ela vai se configurando até chegar a uma interpretação
completa.
Percebe-se que a linguagem constitui fonte colaboradora dos escritos
revelados. “A linguagem é misteriosa. Quando uma palavra é dita,
o etéreo é feito carne; a fala requer encarnação – respiração,
controle muscular, língua e dentes.” Ao sentirmos dificuldades
passamos a expressar o que queremos que se realize. Na linguagem a
realização muitas vezes se torna inadequada, pois quando
expressamos, algo fica não dito, inexprimível. Na própria fala
existe um caráter transcendente da experiência humana. 1
A falta de palavras para revelar o que exprimimos supera as
representações aparentes. E mesmo as representações não são
realmente o que se quer afirmar. Os poetas sentem essa necessidade,
por isso procuram representar pelas linhas do que não foi dito. O
mito, em muitos casos, pode revelar essa ânsia pelo infinito e o
desejo de ser para além da matéria. Nesse sentido ele se constitui
das palavras vivas na primeira forma de organizar e elaborar a
formação e o surgimento dos elementos naturais e humanos.
Nas religiões proféticas ou reveladas – judaísmo, cristianismo e
islamismo – os fatores primordiais para a sua realização são o
diálogo, as orações para o transcendente e a comunicação da
mensagem. A mensagem do cristianismo se destaca tanto nos escritos
evangélicos – Mateus, Macos, Lucas e João – quanto nas cartas e
outros escritos considerados sagrados. Para o judaísmo a Torá é a
mensagem de Jeová dirigidas ao seu povo, tendo como intermediário
diversos profetas. Para o islamismo a mensagem do Alcorão é de Alá
(Deus) ditadas ao Profeta Maomé.
Os textos passaram a ser considerados como livros revelados com a
inovação dos hebreus em usar os escritos para complementar a
tradição oral. Era necessário o ensinamento escrito de origem
celestial para os Israelitas porque deviam adorar apenas a um Deus. A
vida urbana e a agricultura intensiva exigem novas formas de
preservar a memória e a formulação de regras. Surge a tradição
do direito do povo de Israel por meio dos Juízes e da Lei, que passa
a ser considerada como Lei revelada.
Os textos sagrados servem para regulamentar a relação das pessoas
com a divindade, determinar as regras da convivência comunitária,
indicar as formas de oração e para guiar as ações para o agrado
divino.
3.1.1
Judaísmo: Torá e Talmude
A Torá, composta dos livros bíblicos, é considerada a regra
divina. Nela estão escritos os dez mandamentos, os 613 principais
preceitos e a aliança de Deus ao povo de israel. Apresenta também a
luta deste povo para se libertarem de outros povos e conquistar o que
chamam a terra prometida. As regras divinas teriam sido entregues por
Deus direto do Céu que ditou a Moisés no monte Sinai.
Ao romper a vassalagem com o Império da Babilônia, Judá, o pequeno
estado do povo de Israel foi golpeado com a destruição da cidade de
Jerusalém e o seu templo foi incendiado 586 a.C. O templo tinha sido
construído no monte Sião pelo rei Salomão. 2
Os israelitas perderam sua autonomia política e religiosa, e
acreditavam que Deus Jeová prometera, se lhe adorasse de forma
exclusiva voltariam a viver em sua terra para sempre. Mas eles
estavam em terra distante, só podia ser punição divina. Diversas
vezes os israelitas romperam o pacto com Jeová e cabia ao povo mudar
a situação. “Mas como então poderiam servir a Jeová sem o
templo, o único meio de fazer contato com seu Deus?” Ezequiel, um
jovem sacerdote, teve uma visão aterrorizante, um redemoinho de fogo
e som tumultuoso, e esse fato o fez acreditar que era a glória de
Jeová que havia saído de Jerusalém para morar com o seu povo
exilado na Babilônia. Ao comer um rolo com as inscrições das
lamentações do povo, dada por Deus, Ezequiel percebeu que era como
o mel.3
Os exilados ansiavam pelo templo perdido, pois na época era
impossível uma religião sem templo, mas os israelitas haviam tido o
contato com o seu Deus através da Escritura sagrada e não com o
santuário. O texto era desconcertante, mas eles sentiam a presença
de Deus assim com se estivessem no santuário de Jerusalém. 4
Os exilados estudaram e editaram esses documentos trazidos em rolos
para a Babilônia. Os escribas foram acrescentando adaptando a novas
circunstâncias.
Os profetas deram outros rumos aos preceitos da Torá. Ao invés de
um Deus impiedoso e que não perdoa as ofensas dos que cometem erros,
nem as de suas descendências; é substituído pela abolição do
castigo e da maldição contra toda a família, surge a noção de
responsabilidade pessoal na Lei do Senhor. O que se exige é a
retidão pessoal, e as condenações e as punições passam a ser
individuais, e ainda existe a chance de reconduzir os que se perderam
em caminhos tortuosos.
O caminho para se chegar ao monoteísmo hebraico, a adoração a um
único Deus, foi a adoção do Deus local, Jeová, em oposição aos
outros povos que adotavam uma diversidade de deuses. Era a religião
nacional de um único Deus com a possibilidade de culto universal.
A Torá interpreta o êxodo do povo hebreu como um processo de
libertação, descrito em seu primeiro livro.
O Talmude é um conjunto de textos visando explicar melhor os rituais
e comportamentos do que está escrito na Bíblia hebraica. Alguns
preceitos teológicos estão escritos com vistas a uma melhor
interpretação das Escrituras.
3.1.2
Cristianismo: Bíblia e profetas.
Os cristãos possuem como livros revelados o primeiro e o segundo
testamento. O primeiro testamento é a Torá dos Judeus e o segundo
foi elaborado pelos cristãos para descrever a mensagem evangélica
de Jesus Cristo. Há cartas encaminhadas aos cristãos por seus
líderes da época e que foram mais tarde consideradas sagradas.
O primeiro testamento para os cristãos são a preparação para a
chegada do Messias, o Cristo. Tudo o que há de explicações
constituem revelação de Deus, através de palavras e realizações
humanas. Muitas reflexões teológicas foram elaboradas sobre os
significados dos textos sagrados do Judaísmo adaptados para a
realidade dos cristãos. São feitas interpretações e atualizações
dos acontecimentos relatados sobre a história do povo de Deus. Nesta
parte da Bíblia é que se faz entender o significado de libertação,
a partir dos êxodos realizados pelos israelitas. Eles ao relerem o
Êxodo procuravam uma luz para o presente vivido. Eram os fatos
históricos, políticos e econômicos que são constantemente
relembrados: a travessia do deserto, a libertação do povo do Egito
para conduzir a terra prometida. Esses fatos eram compreendidos como
luz para o momento presente. 5
Há no primeiro testamento um constante processo de libertação que
Deus promove ao povo sua salvação.
Os profetas, considerados representantes e anunciadores da mensagem
de Deus, surgem em momentos de crise da fé dos hebreus: seja porque
houve um afastamento dos seus caminhos ou pelas dificuldades, entre
elas o êxodo e as guerras, e em relação às dificuldades do povo.
A cada momento histórico o povo de Deus havia essas crises e
reflexões sobre o significado e o destino do povo. Os textos
escritos surgem para que esse povo visse a força libertadora de Deus
e o povo encontrava no passado as respostas para o momento presente.
As profecias de Isaías, por exemplo, servem para os justificar o
fato mais perturbador para os cristãos: “Jesus de Nazaré, morto e
ressuscitado. Jesus é o sinal de um novo Êxodo, uma nova Páscoa
que estava fazendo surgir um povo novo, o povo das comunidades”. 6
O último e definitivo Êxodo foi realizado por Jesus com sua
passagem da morte para a vida, ele se tornou o novo cordeiro Pascal,
pelo batismo, os cristãos vivem o seu êxodo. Jesus dá a eles a
nova lei, constitui o novo maná, é o selo da nova aliança que dá
abertura para o novo povo de Deus. 7
Os cristãos consideram a Bíblia judaica, onde os desígnios de Deus
estabeleceram uma aliança com os homens, mas que tudo se completa
efetivamente no Novo Testamento (Evangelhos), onde o messias –
Jesus – esperado e anunciado no Segundo Testamento se realiza com a
Vinda de Jesus Cristo.
No Segundo Testamento pode-se ver que as parábolas dos evangelhos
são conjuntos simbólicos do Reino e ao mesmo tempo simples exemplos
morais: o Bom Samaritano, Lázaro e o Mau Rico, etc., 8
que são explicações alegóricas em defesa do Reino de Deus. Aqui o
entendimento de salvação passa a se relacionar com a ideia de
libertação, em todos os sentidos: tanto referente à libertação
espiritual, quanto à libertação de dominações de algumas pessoas
sobre as outras. Esta noção tem sido dada para os escritos bíblicos
a partir de seus estudos mais profundos. Os escritos são
considerados revelação, pois Jesus anunciou e os seus seguidores o
escreveram. Este sentido de revelação é mais imaginativa porque
não há uma revelação direta de Deus, mas de seus discípulos.
3.1.3
Islamismo: Alcorão
O Alcorão ou Corão é o livro que os muçulmanos consideram como
revelado por Alá (Deus) ao Profeta Maomé. Não que o Islã
desconsidere as revelações que judeus e cristãos receberam para
elaboração de seus textos sagrados, mas para eles o ponto de
chegada, o cume ao qual essa revelação chegou, foi mesmo com Maomé.
No Islamismo, verifica‐se uma continuidade em relação aos
escritos judaicos e cristãos, mas é o profeta Muhamed ou Maomé
quem comunica ao povo, como último dos profetas, as ‘verdades’
reveladas pelo Deus Alá. 9
No Alcorão fica evidente que o profeta Maomé estabelece
continuidade e ruptura em relação às outras duas tradições do
livro. Os personagens principais dos textos sagrados do Judaísmo e
do Cristianismo reaparecem nas Escrituras do Islã. O povo tem sua
origem no patriarca Abraão. O Deus Alá é uma divindade acessível
por muitos nomes, mas não pode ser reduzida a imagens. A vida do
fiel se resume à observância de preceitos fundamentais, como fazer
orações, praticar ações de misericórdia. Existe a crença na
retribuição no futuro. A leitura do Corão dá ao fiel as
diretrizes fundamentais para a vivência da fé. 10
Maomé sentiu o chamado de Deus pela revelação do arcanjo Gabriel.
O Alcorão contém as revelações do anjo Gabriel, os preceitos
religiosos, os dogmas e a moral. Nele é demonstrado a doutrina do
monoteísmo rígido, Deus é único e esse é o Deus de Abraão, é
Alá. O anjo pediu a Maomé: “'Recita'. Recitar o que? 'Recita em
nome de teu Senhor que criou, criou o homem de uma gota...'”. Essas
palavras do Corão, o livro sagrado, são as primeiras reveladas por
Deus. 11
O corão é dividido em capítulos ou suras e versos ou ayat,
os sinais. É a palavra que sempre esteve com Deus no paraíso e que
Ele enviou, através de sucessivos mensageiros, para a humanidade
para atender ao seu povo. Ele estabeleceu em definitivo o último
mensageiro, “Maomé, o canal humano da vontade divina, que era
apensa um homem, por mais exemplar que fosse”. Há uma indicação
neste texto sagrado de que Deus é exclusivo: “Não há nenhum Deus
senão Deus, e Maomé é o mensageiro de Deus”. Há neste sentido o
reconhecimento do poder e majestade e onipotência de Deus. 12
3.3
Hinduísmo: Sacerdotes
A inspiração divina é o que predomina nas religiões da iluminação
como o Budismo e o Hinduísmo. O princípio inspirador dos textos
sagrados do hinduísmo estão no variado bloco das expressões
religiosas hindus, os livros dos Vedas, bem como o Bhagavad
Gita e os Upanixades, e considerados orientadores. Não
existe a ideia de um Deus que revela mensagens, mas seres humanos
dedicados a buscar os valores e os preceitos por meio da meditação.
Algumas tradições possuem um deus, mas há outras não.
Da religião Ariana, surge a religião védica, com base no
sacrifício e nos textos orais sagrados chamados Vedas. Para
os hindus, nos Vedas estão descritas as verdades eternas. “Os
vedas, compostos de quatro coletâneas de textos, as quais foram
agregados, em épocas mais recentes os escritos Samhitas, Brahmanas,
Upanixades e mais algumas sutras, são conhecidos como Shruti,
que significa “aquilo que se escuta'”. Os textos eram
transmitidos de forma oral, até que os hindus foram escrevendo, ao
que eles chamam de degeneração, pois são degradados pela escrita.
Outros textos conhecidos são o Shuriti,
isto é, aquilo que é lembrado, que junto aos Shruti
incluem o Ramayana e o
Mahabharata, neste está o venerado poema Bhagavad Gita. 13
A religião védica se caracteriza por um mundo de deuses e deusas,
como Rudra e Indra que conduzem à trindade de deuses: Brahma, Vishnu
e Shiva. Esses três são considerados um, sendo que são os nomes
para criação, preservação e destruição do universo. 14
As escrituras Upanishads são a mais importante do Hinduísmo. Eles
são diálogos entre mestre e aluno ou entre sábios, e podem se
resumir a “ainda que o poder de maya (a ilusão) faça o
mundo parecer real, Brahman é a realidade última e sem forma”. 15
O Hinduísmo dá certa importância ao sistema de castas (vernas) que
funcionam como grupos ocupacionais. As vernas são quatro: brahmanes
– sacerdotes e profissionais liberais; kshatryas –
dirigentes, militares; vaishyas – camponeses, mercadores;
shudras – artesãos. 16
Os Upanishads tem por objetivo a compreensão adequada do cosmo e de
nós mesmos, não do conhecimento pelo conhecimento, mas esta
compreensão depende a salvação. Esta salvação se define a
libertação das dificuldades da vida cotidiana. A existência, as
atitudes, os atos e as emoções são distorcidas pela má
compreensão da qual depende o nosso lugar na organização das
coisas. A má compreensão representa a mazela de depender da
incapacidade de perceber o cosmo e como nós somos. Somos muito
diferentes do que percebemos ser. Há uma identidade fundamental
entre nós e o resto da realidade. 17
3.4
Espiritismo: Evangelhos, textos psicografados
Os livros que possuem os princípios do Espiritismo, os quais chamam
de o pentateuco kardequiano, foi escrito por Allan Kardec: O livro
dos espíritos; O livro dos médiuns; o evangelho segundo o
espiritismo; O céu e o inferno ou a justiça divina segundo o
espiritismo; A gênese, os milagres e as predições segundo o
espiritismo. Todos foram escritos nos períodos entre 1857 e 1868. A
doutrina escrita nestes livros foi revelada pelos espíritos
superiores através de médiuns e apresentada por Allan Kardec. Todos
os fenômenos, nesta visão, são explicados pela ciência e gera uma
interpretação para a vida. Os textos ainda pretendem promover a
transformação moral a partir dos ensinamentos de Jesus, aplicados à
vida diária das pessoas. 18
O livro dos espíritos apresenta o núcleo da doutrina em
quatro livros: o primeiro fala de Deus, da criação e dos elementos
do universo; o segundo é sobre os espíritos, as reencarnações, as
existências, a vida espírita e a libertação da alma; o terceiro
fala sobre as leis morais; o quarto trata o tema da esperança e
consolações. O livro dos médiuns relata a parte
experimental da doutrina, o processo das relações mediúnicas e a
leis e as condições para o intercâmbio espiritual. O Evangelho
segundo o espiritismo explica a moral evangélica da doutrina
espírita, o problema da adoração, a prece e a prática da
caridade. O céu e o inferno ou a justiça divina segundo o
espiritismo segundo o espiritismo fala sobre as penas e os
prazeres terrenos e futuros e sobre o dogma das penas eternas e
religiosos como a ressurreição da carne, céu, inferno e
purgatório. A Gênese, os milagres e as predições segundo o
espiritismo trata dos problemas genésicos, da evolução física da
terra, da formação e desenvolvimento do globo terreno e sobre os
evangelhos. 19
Com a intenção de conciliar fé e verdade, ciência e religião e
sobretudo compreender a moral cristã dos Evangelhos, o espiritismo
considera que o seu estudo e a prática da caridade. O espírito
fundado no Evangelho proporciona a reforma íntima dos espíritos.
Esses progridem passando de um estado de sofrimento quando
desencarnados e ao se encarnarem passam a ser necessitados. O
espiritismo no Brasil se considera cristão, no sentido de se apoiar
no Evangelho e na moral da caridade e no fato de considerar Jesus
como o modelo.
A Bíblia é o livro dos livros, “o livro sagrado que mais contém
emulamentos doutrinários e histórico-proféticos”. Os Evangelhos,
considerados conduta pessoal e coletiva, representam a libertação
quando postos em prática. 20
As lideranças do espiritismo conservaram a tradição e os saberes
acumulados através “de peritos suficientemente preparados para
comunicar e disponibilizar, para o conjunto de adeptos e para a
sociedade em geral, um quadro de referências básicas, ordenadas,
dotadas de sentido e inteligibilidade”. 21
Pode haver também um grupo de consultores e assessores que se reúnem
para retirar dúvidas em relação ao entendimento. Estes peritos
gozam de confiança, representatividade e possuem autoridade para
palestrar em congressos e simpósios realizados pela Federação
Espírita do Brasil. Vê-se nesse sentido uma espécie de
institucionalização, com autoridades doutrinárias para a
conservação da tradição. Desta forma eles procuram separar o que
há do que consideram exageros em relação a algumas práticas
mediúnicas e alertam quanto às histórias contadas de livros
psicografados com espíritos pouco adiantados.
O texto de Osvaldo Polidoro, a Bíblia dos espíritas, é considerada
uma obra psicografada pelo autor, mas “ditada” por Allan Kardec.
Neste texto há o reconhecimento da existência da necessidade de
interpretação bíblica com crítica. O texto faz referências à
autoridade de Deus, informa sobre a Bíblia tem como fonte Deus e
Jesus Cristo, destaca que profetas ou médiuns possuem longa história
e que a Bíblia dos espíritas representa o saber da evolução da
humanidade, e ainda “este livro contém a alma de todos os ensinos
que as Bíblias da Humanidade encerram, além de lembrar eternamente
as Chaves da Verdade que livra”. 22
4
História das narrativas sagradas: A origem dos acontecimentos
religiosos dos textos revelados:
4.1
Mitos
O mito é a primeira formulação
explicativa da realidade do mundo e de possíveis transcendentes. As
explicações mitológicas são frequentemente incorporadas às
descrições da origem de uma fé, visto que elas podem datar de um
período muito posterior. 23
Nas sociedades tribais e civilizações da Antiguidade o mito exercia
muita influência. Os mitos não desapareceram com o tempo, eles
permanecem em nossas esperanças e temores. 24
Na realidade brasileira a rica elaboração dos mitos indígenas
servem para dar respostas à vida social, às construções de suas
realidades vividas, ao conjunto de perguntas não respondidas pela
existência. São demonstradas nos mitos a origem de algo. Diferente
do que normalmente se pensa o mito não é fábula, crendice,
elaboração fantasiosa ou mentira, mas uma verdade. Não é a
verdade da coerência lógica e rigor de argumentação que exige
provas, mas o resultado da intuição da realidade, fundadas na
emoção e na afetividade. O mito expressa os desejos e temores, a
atração ou o afastamento pelas coisas. Ele é a intuição
envolvida pelo mistério, um enigma a ser descoberto e o espanto
diante do mundo. O mistério é inacessível à razão e depende da
fé. O mundo simbolizado pelo mito possui o desejo humano e serve
para afugentar a insegurança, o desconhecido o perigo e a morte. Os
relatos míticos são amparados pela crença e pela fé em forças
superiores que ora ameaçam, recompensam ou castigam. 25
Nas tribos, os mitos são discursos com força que permeiam toda a
realidade vivida. Deste modo, o sagrado passa por toda atividade
humana. A construção mítica é orientada pela natureza
sobrenatural e recorre-se aos deuses para compreender o real. 26
No caso dos mitos gregos o foco que muitos estudiosos do século XX
apresentam são separados das manifestações religiosas. É
importante perceber que esses literatos são cristãos e possuem
interpretações com sua visão voltada a esse modelo de religião.
Alguns excluindo os mitos da religião helênica, o que aparenta ser
quase impossível, outros afirmam que a religiosidade dos gregos eram
apenas mitos, fabulações poéticas e culto e ainda um conjunto de
rituais com práticas mágicas. 27
Na atualidade o mito ainda permanece, seja na forma de explicar
através da razão que procura excluir os mitos, seja nos modelos
universais que permanecem no inconsciente de todos os humanos. No
caso do mito do cientificismo, iniciado pelo positivismo de Augusto
Comte, ao explicar a evolução da humanidade, “define a maturidade
do espírito humano pela superação de todas as formas míticas e
religiosas,” e inferioriza o mito em relação à razão afirmando
ser ele uma tentativa falha de explicação da realidade. Esta crença
cega na ciência se constitui de um mito, pois a ciência não é a
única forma possível de conhecimento. Esta visão se tornou
reducionista. 28
Vale destacar que o mito do cientificismo em parte é verdadeiro,
quanto afirma que a ciência consegue alcançar a verdade. No
entanto, falha quando procura afirmar que as outras formas de
conhecimento, como a arte, o senso comum, a filosofia e a religião,
são alcançam a verdade.
4.2
Formação dos textos sagrados
A principal fonte histórica da ideia de texto sagrado revelados
surgem a partir da primeira destruição do primeiro templo de
Jerusalém, com o povo hebreu, em 586 a.C. O templo era considerado a
única forma de realizar os sacrifícios a Jeová. Com essa
destruição a adoração ao seu Deus ficou prejudicada. Era
necessário então os “ensinamentos escritos de origem celestial: a
Torá, na Bíblia grega chamada Lei (nomos)”, para dar
sentido à oração a seu Deus. São os hebreus que inovam, fazendo
da escrita um complemento da tradição oral, e substituindo o
direito escrito ao direito baseado nos costumes. Com a economia
urbana e uma agricultura intensiva surgem as exigências de novas
formas para “preservar a memória e formular regras”. As nomas da
Mesopotâmia e do Egito foram registradas em códigos de leis bem
diversificadas. A tradição do direito foi transmitida ao povo de
Israel por meio dos Juízes de da Lei. Os Juízes presavam pela
observância da Lei de Deus. Era natural, para os hebreus, que
houvesse privilégio do direito em relação à força, pois
tratava-se de uma Lei revelada, e não um texto adotado” 29
Direito e religião no Oriente Médio estavam relacionados. O código
de Hamurábi foi criado pelo rei chamado Shamas, isto é, o
grande juiz do céu e da terra. A Bíblia afirma que os 10
mandamentos foram entregues diretos do céu a Moisés no Monte Sinai
para registrar na pedra e no coração. 30
4.3
Cristianismo e Judaísmo: Abraão e a fé.
Abraão representa tanto para os cristãos quanto judeus o iniciador
do processo que se desenvolveu a maturação suas fés. Ele é o
protagonizador da primeira relação pessoal com Deus, o primeiro
contato com a aliança que Deus guardara para o seu povo.
Abraão, no livro do Gênesis, era o chefe social e religioso
responsável pela celebração dos sacrifícios. O lugar da
celebração era a grande árvore, símbolo da presença da água,
sinal de vida. O nome de Deus é constituído por “El” -
Deus. O Deus de Abraão é El Xadai, o Deus dos Altos. Há o
El Roi, o Deus da visão, El' Olam, o Deus para Sempre
e El elion, o Deus altíssimo e El Betel, o Deus de
Betel. O termo Elohim dá a ideia de diversas
experiências de El (Deus), é o “Deus de teus pais, o Deus de
Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó” (Ex 3,6). Iahweh com o
tempo torna-se um Deus excludente, o Deus dos hebreus, que não
aceita o diálogo, mas o Deus de Farã, de Seir, de Madiã, de Temã
é o Deus de todos, dos pobres e oprimidos. Com Isaac, que era
agricultor, o cereal passa a ter um status de mercadoria, moeda de
troca. O simbolismo aí está no conflito de posse da terra, até que
se consegue prosperar na terra (Gn 26,6-32). O poço torna-se o lugar
da celebração do culto a Deus: “A água é nossa!” (Gn 26,20).
Ela garante a vida. O lugar da vida social modifica-se, como Rebeca,
Raquel, Séfora, que estão à beira dos poços. 31
5
Cultura textual: A influência do contexto social, político e
religioso determinante para a redação final dos textos sagrados.
Existem características comuns nos textos sagrados das religiões.
Todos possuem um contexto social, político e religioso que
proporcionaram a sua escrita. Todos os textos também possuem íntima
vínculo com o contexto cultural ao qual foi escrito, com a relação
dos humanos com o sagrado. Os eventos religiosos ocorridos em certo
sentido determinam os textos produzidos e esses são elaborados
tomando como base o ocorrido. No caso do judaísmo, os eventos foram
as lutas e disputas do povo para a conquista da terra, com o
cristianismo temos a morte de Jesus Cristo, que era considerado Deus
e no islamismo teve como evento principal a recepção das mensagens
de Deus por Maomé. Mesmo não apresentado algo revelado como nas
tradições religiosas proféticas o no Budismo há o reconhecimento
do sofrimento dos humanos por Sidarta e sua iluminação através da
concentração como eventos catalizadores e formadores de textos
considerados sagrados. As religiões afro-brasileiras e indígenas
não possuem textos escritos, mas os mitos e partes de elementos
culturais constituem o sagrado destas tradições. Já no hiduísmo
os vedas e os upanishades foram produzidos pela tradição cultural
dos hindus, tendo como intenção a descrição das normas vividas do
povo.
5.1
Contexto social, político e religioso
Nas religiões proféticas – judaísmo, cristianismo e islamismo –
há um contexto primordial considerado comum, iniciando com Abraão e
passa por diversas lideranças religiosas, considerados profetas,
reis, sacerdotes etc. Esse contexto inicia com os hebreus nos seus
diversos eventos em que se destacam a aliança com o seu Deus.
Considerado o lugar da vida social o poço e o cereal permitem a
produção de excedente para armazenamento e ao mesmo tempo favorecem
mudanças sociais importantes: Unificação de diversos clãs para se
tornar a tribo; a criação do serviço de defesa do poço e do
armazém; um administrador do armazém para manter a relação em
diversos clãs. Os administradores dos armazéns tornam-se poderosos
e depois reis e os vigilantes soldados e após exército para
defender, não mais o armazém, mas a cidade. Isto gera opressão
sobre os agricultores, produtores dos cereais. A origem dos hebreus
pode estar na insatisfação camponesa diante da opressão da cidade.
O templo surge ao lado do armazém, controlados pelos poderosos das
cidades, “como o lugar santo das celebrações coletivas”. O
armazém então toma o lugar da árvore dos grandes clãs nômades e
o poço dos clãs agricultores. “O santuário surge para celebrar o
Deus que garante a vida da tribo”. Neste momento o lugar de Elohim
se torna o santuário, que é também o lugar do celebrante. Surge
então o Sacerdote, que é preparado para o “homem do culto do
templo”, que não poderia ser nenhum chefe de clã. O culto central
do santuário e as festas da tribo são conduzidas pelo sacerdote. O
sacerdote, sustentado pelo armazém, passa a legitimar a dominação
do campo sobre a cidade. Deus será usado como justificação da
concentração da produção e a cobrança do tributo obrigatório
para o Templo. É a concentração da riqueza, na cidade, produzida
pelo campo. “Quase todas as páginas bíblicas têm origem neste
contexto e serão marcadas pela presença do conflito que se criou
entre o campo produtor e a cidade concentradora da riqueza”. 32
Aspecto semelhante ocorre na passagem da cidade para o estado. As
histórias de Jacó, filho de Isaac, constitui exemplo da passagem
clã/tribo/cidade/estado. Jacó disputa no seu clã a progenitura com
o irmão Esaú. O mesmo ocorre com José e seus irmãos e sua relação
com o estado do Egito, que passa a ser o encarregado dos armazéns do
faraó. Os costumes clânicos estão presentes em diversas passagens
bíblicas: Casamento poligâmico (Raquel e Lia), os filhos gerados
pelas servas de mulheres (Bala e Zelfa, Gn 30,1-24), lei do levirato
(Gn 38), mulher no espaço religioso (gn 31,19), Labão e Jacó (Gn
30, 25-31,54). A religião serve como justificativa da opressão e
repressão do povo do faraó Egípcio, sendo que Baal era o Deus dos
templos a serviço dos reis na exploração dos camponeses. 33
A terra de Israel é uma constante nos textos bíblicos, pois sempre
houve entre os hebreus o sonho de encontrar a terra boa, onde emana
leite e mel e da qual surge o desejo de morar nos locais de
concentração de água e com terra fértil para a agricultura. Essa
terra concentra-se em local estratégico, tanto para os impérios que
disputavam locais próximos aos rios quanto pelo controle de terras
que disputavam. É também a terra de Canaã, que significa terra de
comércio, na qual se criaram rotas conforme o tipo de transporte
disponível – Navegação, camelo ou escalada em serras.
Considerada terra de amortecimento dos impérios nas constantes
disputas ocorridas entre o Egito e os impérios hititas, assírios,
babilônios e persas, e depois pelo controle do Mediterrâneo pelos
gregos e romanos, nunca houve sossego para uma vida em paz. Daí as
preocupações dos profetas com órfãos, viúvas consideradas
maiores vítimas de tantas guerras e violências. 34
(ver nas escrituras do 1º testamento: Os 2,18; Is 8, 23-9,1; Ex
22,22-24).
As hipóteses da formação do povo de Israel envolvem: Uma conquista
que o clã de Jacó, a figura de Abraão e de Moisés ocuparam terras
determinadas pela aliança de Siquém; uma imigração proporcionada
pela invasão de populações seminômades à terra de Canaã e; uma
revolta ocasionada pelos opositores da terra de Canaã e luta dos
hebreus contra as cidades-estados da região; processo de hegemonia
entre as tribos na qual houve longo conflito entre as tribos e
dominação de uma delas, como o escrito dos Juízes. Israel é o
resultado dessas histórias, envolvendo vários grupos que lutavam, à
sua maneira, pela liberdade e por causa disso e da mediação dos
santuários e da monarquia se tornaram um povo. 35
Todas essas ideias devem ser consideradas. Acredita-se que estas
hipóteses são verdadeiras e que cada acontecimento pode ter
ocorrido em épocas diferentes.
A realidade de Canaã depende dos conflitos entre as potências
gerados na região. O Egito forma um grande império envolvendo
Canaã, Síria, Meguido, Betrã e Gaza. Desta forma os camponeses
eram obrigados a pagar dois tributos, um para a cidade de Canaã e
outro para o faraó do Egito. 36
Outra questão também faz com que Israel surja como povo: “As
cidades não controlavam com eficiência a religião das montanhas. É
justamente nessas montanhas que surgirá Israel: no seu início,
Israel é o povo das montanhas. Israel nasce como fruto de
resistência à dominação das cidades do Egito”. 37
Hebreus e israelitas aparecem em dois grupos diferentes nos textos
mais antigos, assim como em 1Sm 14, 21: “Também como os filisteus
havia 'hebreus', como antes, que subiram com eles ao arraial em
redor; e também estes se ajuntaram com os 'israelitas' que estavam
com Saul e Jônatas.” Em comum havia uma experiência de opressão
e marginalização. Na história de Canaã, contada pelo faraó
Mernepta, Israel tinha sido devastada e ficou sem descendência no
ano de 1219 a.C. A palavra israel é composta pelo verbo xarah
(lutar) e pela palavra el (Deus), significando, portanto,
“Deus lutou” ou “aquele que lutou com Deus”.38
5.2
Cristianismo e Judaísmo: Moisés e as leis;
O Êxodo é o que apresenta a mais intrigante história da liberdade
e da salvação do povo de Israel. Ele apresenta a memória de uma
luta pela liberdade. Houve aumento da opressão pelo trabalho forçado
(Ex, 1,11), pela violência (Ex 1,13) e pelos trabalhos cruéis (Ex
1,14). As decisões do faraó em matar os meninos dos hebreus (Ex 1,
15.22), a resistência das mulheres parteiras (Ex 1,17-21), e a
história de Moisés (Ex 2,1-4). Moisés promove solidariedade aos
seus irmãos hebreus (Ex 2,12), e faz um retorno às suas origens,
voltando a ser pastor, como nos clãs e vai em busca da grande árvore
(Ex 3,1). Ele não encontra mais a grande árvore da religião de
seus pais, mas a sarça ardente, no lugar onde a terra é santa.
Então Elohim (Deus), que ouve o clamor e as angústias do seu
povo, lembra da aliança de usa responsabilidade. (Ex 3,7; 2,23b-25).
39
O Deus dos hebreus é o Deus dos oprimidos. Os profetas consideram
idolatria dizer que Deus está do lado dos poderosos. Sua missão é
libertar o povo e levá-lo à terra de fartura. O Deus que desce é o
mesmo da missão de Moisés. A liberdade deve ser conquistada e não
simplesmente esperada. Moisés teve que renascer, no início se
recusou, desconversa inventando desculpas, mas ao renascer, torna-se
uma pessoa cheia de Deus. Assim como Séfora o salvou, dando-lhe uma
nova vida, Moisés se dirige ao Egito sem medo de vacilar. Foi “pela
mão de uma mulher, Deus o fez seu para sempre” 40
5.3
Indígenas: sem regras aparentes.
Os mitos indígenas formulam a justificação da existência da
aldeia e podem indicar comportamentos, costumes e ritos.
Na mitologia dos Tukano Orientais, indígenas do Rio Negro, há a
ideia de um nada antes do processo de criação do universo. Em
oposição ao nada há o tudo o qual os Tukano chamam de Osso-ser.
Ele sustenta a constituição do universo, de onde vem o sangue que
gera a vida. Atualmente esse todo-poderoso é associado a Deus, mas
em seu idioma o nome dado é Trovão. Esse é o símbolo da presença
de um ser transcendente. Ele também é chamado avô do universo, o
princípio da luz do dia, simbolizado pelo sol, mas que significa
algo além dele, mais iluminado. Esse avô ou avó do universo é um
ente divino que ao fumar, sentado no banco de pedra de quartzo, faz
as coisas surgirem do nada. Assim que é a criação do mundo,
advindas da força produtiva do homem e da força reprodutiva da
mulher. Dentro de si havia as riquezas ou coisas da festa tais como:
ornamentos, os tipos de alimentos, os tipos de sementes, o poder de
destruir, proteger e criar.41
Esta figuração mitológica dos Tukano demonstra o processo de
criação e ao mesmo tempo elementos míticos que justificariam a
realização das festas e dos ritos daí surgidos.
Para os Macuxi de Roraima o grande herói mitológico, Macunaima,
realizou o processo de formação do universo. Entre eles, a
realização da diversidade de frutas existentes na região das
terras ao norte de Roraima, através do corte da grande árvore que
possuía muito frutos. As frutas se espalharam e deu origem a grande
diversidade de frutas existentes na região, sendo na Guiana maior
essa diversidade. O que explicaria que, naquela região, as terras
são mais férteis, os pajés mais poderosos e os kanaimés mais
astutos e perigosos. Nos mitos contados há uma variação entre
Macunaima ser um pajé que realizou muitas coisas boas, e o pajé com
poder de matar, curar e encantar. Segundo essas explicações os
pajés, os rezadores e os kanaimés são descendentes de Macunaima e
por isso podem realizar as rezas para a cura ou a morte. Daí
segue-se que todos os costumes, herdados pelo povo Macuxi, surgem das
realizações que Macunaima já havia realizado no passado e que os
seus descendentes continuam realizando. 42
Os Wapichanas entendem que Tominikaré é o criador do mundo. Esse
deixou seus dois irmãos governarem o mundo, mas não deram conta. Ao
tentar destruí-los eles sobreviveram. Tominikaré passou a ensinar o
seu povo evitar os perigos das doenças e dos maus espíritos. Aos
poucos o povo foi se esquecendo desses ensinamentos e pouco a pouco
foram deixando de se defender dos males. Então houve o domínio da
morte, que é consequência da ação de entidades malignas através
do feiticeiro por causa do esquecimento desses ensinamentos das
defesas ensinadas por Tominikaré. 43
Onde estão as regras para a convivência, já que não há nada
escrito de mitos para poder fornecer à tradição as informações
acerca de sua religião e cultura em geral? Elas estão nas próprias
histórias contadas, nos mitos que perduram, sendo passado de pai
para filho. A tradição fornece os dados e as histórias míticas
que são constantemente reinterpretadas, reinventadas e reelaboradas.
Uma ou outra informação se perde por passar por esse processo de
reinterpretação, mas o essencial, em geral, continua e são fonte
da construção da identidade desses povos. Ainda que suas regras não
sejam aparentes, mas existem e são bastante complexas porque todas
as ações costumeiras, os ritos, e as pajelanças são a constante
realização do que é compreendido a partir de sua cultura. As
convivências e os impedimentos partem do que é contado, ritualizado
e vivido. O sagrado passa a ser o que existe na própria tradição:
os ditos, os contos, os mitos e os costumes.
6
Exegese: explicação dos textos sagrados revelados e a percepção
humana sobre Deus através da observação dos sinais pelo qual a
divindade se manifesta.
As interpretações bíblicas recentes têm como base o pensamento de
Friedrich Scheleiermacher (sec. XVIII). 44
Elas possuem uma forma crítica, na qual são realizados estudos para
descobrir o que está por traz das afirmações bíblicas. Os
acontecimentos históricos podem dar luz e maior compreensão do
verdadeiro sentido dos textos sagrados.
6.1
Análise
As condições para realizar análise de um texto requer
o indicador investigativo. Ela se constitui da investigação das
partes do todo e suas relações com este todo. Pode-se separar o
todo de forma abstrata em suas partes constituintes, afim de estudar
estas partes relacionadas ao todo. Na forma analítica da crítica
literária toma-se parte de um texto para que seja analisado. Na
forma psicológica Sigmund Freud explora o não aparente, através de
um conjunto de técnicas e métodos para entender o significado dos
problemas mentais. Este tipo de análise pretende revelar o que há
de mais profundo no inconsciente. 45
A análise depende de dois fatores fundamentais: a
explicação que é a indicação da causa e indica a lei ou a lei
causal. Por exemplo: Galileu chegou à lei da queda dos corpos e
Newton à teoria da gravitação – eles chegaram a essas leis e
conseguiram explicar essas realidades; e a compreensão que está
vinculada à intencionalidade dos atos humanos voltados para as
motivações e os valores e depende da interpretação. 46
O ato de compreender tem como sua principal aliada a subjetividade,
isto é, depende das emoções daquele que analisa: “Imagine como
interpretar fatos históricos enquanto estão sendo vivenciados ou
analisar uma família quando se faz parte dela”. 47
Quanto à análise dos textos sagrados, há os que a
consideram pura elaboração humana, mas há os que identificam esses
textos como o conjunto de fatores: uma elaboração humana que tem
como fonte a inspiração da divindade, uma elaboração ditada pela
divindade em que profetas estão incumbidos de transmitir a mensagem
e escrito diretamente pela divindade. Estas considerações, pautadas
na fé, criam as teologias, desenvolvem as crenças e estabelecem
regras normativas para a convivência comunitária.
Em relação à especificidade da análise propriamente
científica constrói um caminho diferente. O texto sagrado passa a
ser considerado humano, mas que possuem características indicadora
da influência das tradições culturais e da relação humana com o
sagrado. Podemos citar diversos exemplos desta relação: Os hebreus
têm uma relação próxima com seu Deus e fazem pedidos de
libertação do povo e terra para a sobrevivência do povo, nesse
caso a divindade é o sagrado; os budistas esperam alcançar a
iluminação completa através do nirvana, este alcance do nirvana é
para eles o sagrado; Os hindus cultivam um profundo respeito às
almas dos animais, pois eles acreditam serem agraciados pelos deuses
por causa disto, neste caso o sagrado é o respeito aos animais; os
cristãos esperam alcançar o céu, o paraíso, através de suas
ações e da sua fé que possuem em Deus, através da pessoa de Jesus
Cristo, neste caso o sagrado é representado pela sua fé; os
muçulmanos realizam vários rituais, incluindo orações diárias
entre outras formas de indicações de sua fé para fazer reverência
a Alá, indicando ser o único Deus. Observamos que esta relação
dos humanos com o sagrado é como se fosse uma chave para a
compreensão e análise dos textos das diversas tradições
religiosas.
6.2
Interpretação.
A correta interpretação dos textos sagrados só é
possível através do conhecimento da situação histórica. Esta
realidade envolve as características sociais do povo que o
desenvolveu, os elementos culturais, as condições econômicas e a
situação política por eles vividos.
Os textos bíblicos do primeiro testamento podem ser
entendidos como uma resposta a uma situação concreta vivida pelo
povo de israel. Para uma melhor compreensão seria preciso descobrir
onde está a pergunta que se faz no processo de interpretação. A
história faz essa aproximação à pergunta sobre os significados
dos textos.
Os textos hindus, elaborados entre 1500 e 300 a.C., é
na verdade um conjunto de normas muito diversas repassadas pela
tradição oral, tendo como fonte as manifestações culturais e
religiosas, não se constituindo, portanto, numa única teologia
sistematizada. Os primeiros escritos foram os Vedas e depois
os Upanishades. Em uma das tradições existe uma concepção
de que o deus Vishnu veio à terra em forma de heróis, como
Rama e Krshina e assim revelou a doutrina. 48
O Corão ou Alcorão, elaborado pelo profeta Maomé a
partir das revelações do arcanjo Gabriel. Os muçulmanos consideram
essa a última e definitiva revelação. O texto sagrado do islamismo
contém os preceitos religiosos, os dogmas e a moral, os quais estão
fundamentados no monoteísmo que é transmitido pela mensagem divina.
Este tipo de interpretação leva os muçulmanos a crença no único
Deus (Alá) e nos seus ensinamentos ditados ao profeta Maomé.
As fontes para a interpretação dos textos são o
pré-texto, isto é, o que fez com que o texto fosse produzido. Para
descobrir isto pode-se buscar nas entrelinhas do próprio texto o
acontecimento iniciador de todo o processo. Esses acontecimentos são
os conflitos, os fatos importantes, uma viagem ou a morte de alguém.
O elemento gerador e os fatos ocorridos durante a elaboração do
texto escrito iluminam e respondem as dificuldades de interpretação
e mostram o que há de concreto. Eles surgem de uma crise, uma
dificuldade ou uma dúvida. Uma falha pode indicar os caminhos da
interpretação do texto. A interpretação faz um aprofundamento na
busca de significados procurando saber por que o texto foi escrito e
que sentido foi dado a ele.
A informação sobre quem produziu o texto, que
conflitos e quais os grupos estavam em confronto, a realidade
sociopolítica, as ideias defendidas pelo texto e o tipo de vida no
qual a sociedade tinha como projeto clareiam as interpretações,
dando-nos meios de entender o contexto da produção textual. O
estudo aprofundado do texto e sua releitura desenvolvem uma
interpretação mais fiel à tradição religiosa a qual o texto
sagrado pertence.
A linguagem textual é um instrumento de comunicação
que faz refletir, dialogar, enfim dá sentido às coisas de diversas
realidades. Quanto aos textos sagrados podemos definir como um
conjunto complexo de mensagens escritas que usam uma linguagem a
partir de um contexto específico que necessitam da interpretação
para seu melhor entendimento. Então, interpretar um texto é
desvendar suas mensagens escondidas e muitas vezes o que está
escrito pode não corresponder a um sentido dado. Para tanto é
necessário a observação de seu contexto, saber quem o escreveu e
porque foi dito isto.
1ARMSTRONG,
Karen. A Bíblia, [Uma biografia], 2007, p. 7-8.
2ARMSTRONG,
op. cit., p. 15.
3Ezequiel
3: 1-3
4ARMSTRONG,
op. cit., 2007, p. 16-17.
5OROFINO,
As releituras do Êxodo dentro da Bíblia. In: OROFINO, Francisco.
Êxodo: um caminho em busca da liberdade, 2012, p. 8.
6OROFINO,
op. cit., p. 16.
7WEILER,
Lucia. Êxodo de Jesus: releitura cristã do Êxodo. In: OROFINO,
Francisco. OROFINO, Francisco. Êxodo: um caminho em busca da
liberdade, 2012, p. 38.
8DURAND,
A imaginação simbólica, 1993, p. 10.
9RAIMER,
Haroldo. Textos Sagrados e seus ensinamentos, Disponível em:
<haroldoreimer.pro.br >, Acesso em: 22 ago 2012.
10Ibid.
11BOHNE,
Vicente V. E. Ensino Religioso, Capacitação para um novo milênio:
O Fenômeno religioso nas tradições religiosas de matriz oriental.
Caderno 8, FONAPER, 2000, p. 35-36.
12BOHNE,
Vicente V. E. Ensino Religioso, Capacitação para um novo milênio:
O Fenômeno religioso nas tradições religiosas de matriz oriental.
Caderno 8, FONAPER, 2000, p. 36-37.
13BOHNE,
Vicente V. E. Ensino Religioso, Capacitação para um novo milênio:
O Fenômeno religioso nas tradições religiosas de matriz oriental.
Caderno 8, FONAPER, 2000, p. 7.
14Ibid.,
p. 8.
15Ibid.
16Ibid.
17COOPER,
David. As filosofias do mundo: uma introdução histórica. São
Paulo: Loyola, 2002, p. 25-26.
18BOHNE,
Vicente V. E. (Coord.). Ensino Religioso – Capacitação para um
novo milênio: O fenômeno religioso nas tradições religiosas de
matriz ocidental, Caderno 6, FONAPER, 2000, p. 32-33.
19Ibid.,
2000, p. 33.
20POLIDORO,
Osvaldo (Reencarnação de Alan Kardec). A Bíblia dos espíritas.
Disponível em: < >, Acesso em:
21VILHENA,
Maria Angela. Espiritismos: limiares entre a vida e a morte. São
Paulo: Paulinas, 2008, p. 122.
22POLIDORO,
Osvaldo (Reencarnação de Alan Kardec). A Bíblia dos espíritas,
p. 4.
23COOGAN,
Michael D. Religiões, 2007.
24ARANHA,
M. L. de Arruda. MARTINS, M. H. Pires. Filosofando: introdução à
filosofia. 4ª ed., São Paulo: Moderna, 2009, p. 26.
25ARANHA;
MARTINS, op. cit., 2009, p. 26-27.
26Idem,
2009, p. 27.
27VERNANT,
Jean-Pierre. Mito e religião na Grécia Antiga, 2006.
28ARANHA;
MARTINS, op. cit., 2009, p. 32.
29VALLET,
O. Uma outra história das religiões, 2002, p. 26-28.
30Ibid.,
2002, p. 28.
31GALLAZZI,
Sandro. Israel na história: seu povo, sua fé, seu livro. São
Leopoldo: CEBI, 2011, p. 13-17.
32GALLAZI,
op. cit., 2011, p. 18-21.
33GALLAZI,
op. cit., 2011, p. 22-26.
34GALLAZI,
op. cit., 2011, p. 38-39.
35GALLAZZI,
2011, p. 41.
36GALLAZZI,
2011, p. 42.
37GALLAZZI,
2011, p. 45.
38GALLAZZI,
2011, p. 46.
39GALLAZI,
op. cit., 2011, p. 27-30.
40GALLAZI,
op. cit., 2011, p. 31-33.
41ATHIAS,
Renato. CHAGAS, Durvalino. O universo é uma grande maloca para
dançar: mitologia dos povos indígenas do Rio Negro. 1ª parte.
Disponível em Google Docs, Acesso em: 25 mar. 2012.
42RABELO
FILHO, Manoel Gomes. A representação social do Kanaimî, do
Piya'san e do Tarenpokon nas Malocas Canta Galo e Maturuca, Recife:
PE, 2012. Dissertação (Mestrado), Curso de Mestrado em Ciências
da Religião, Coordenação de Pesquisa da Universidade Católica de
Pernambuco, Recife, 2012.
43RABELO
FILHO, op. cit. 2012, p. 83.
44DELACAMPAGNE,
Christian. História da filosofia no século XX. tradução Lucy
Magalhães. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997, p. 234.
45ANALISYS.
WordNet 3.0 (En-En), disponível em < >, acesso em: 9 ago
2013.
46Cf.
ARANHA; MARTINS, op. cit., 2009, p. 387.
47ARANHA;
MARTINS, op. cit., 2009, p. 388.
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