sábado, 22 de junho de 2013

VII CONERE - FONAPER

O Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso/FONAPER, buscando dar continuidade ao seu objetivo de acompanhar, organizar e subsidiar o esforço de professores, associações e pesquisadores na efetivação do Ensino Religioso na Educação Básica, vem promovendo, historicamente, em anos alternados, seminários nacionais de formação de professores em Ensino Religioso (anos pares) e congressos nacionais de Ensino Religioso (anos ímpares), em parceria com instituições de ensino superior e sistemas de ensino.
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http://www.fonaper.com.br/viiconere/img/cartaz_g.jpg

sexta-feira, 21 de junho de 2013

1º encontro - Inglês

Fica confirmado que o primeiro encontro do curso de inglês promovido pela UNIVIRR foi transferido para o outro sábado, dia 29 de junho, às 8h. O Local é na UNIVIRR do Pricumã, na Alameda dos Bambus. Agora gostaria de frisar que a inscrição será no mesmo dia.


Manoel Gomes Rabelo Filho
Coordenador do ER

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Cancelado Encontro de Sábado - Inglês

Por enquanto cancelamos o encontro de Sábado do grupo de estudo de Inglês do Ensino Religioso.

A professora não se fará presente e estamos esperando uma resposta da UNIVIRR para confirmar outra data.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Inglês para o mestrado

Conseguimos estabelecer os últimos detalhes do curso de inglês para quem está interessado em fazer a seleção do mestrado no próximo ano. Conversamos hoje com a professora Fabíola da UNIVIRR e ela nos informou que a professora Rosane Valesca fará o curso.

No outro sábado, dia 22 de junho todos os interessados deverão se fazer presente na UNIVIRR às 8h. Lá serão explanados a metodologia e outros detalhes sobre o curso. Quanto às vagas não precisamos nos preocupar, pois haverá vagas para 50 pessoas. Sobre a inscrição e outras informações serão dadas no dia 22 de junho nesse 1º encontro. Agora no momento não é necessário fazer inscrição, mas somente ir a esta reunião.

Espero que todos estejam lá. Tanto as pessoas que assinaram o interesse pelo curso quanto àqueles que por algum motivo não participaram da última formação. O importante agora é fazer o máximo de esforço para que a realização do curso de Inglês tenha sucesso.

Manoel Gomes Rabelo Filho
Coordenação do Ensino Religioso


terça-feira, 11 de junho de 2013

Texto base do referencial - Eixo 2


Aqui temos a primeira parte dos textos referentes ao Eixo 2.  Veja também os textos do referencial curricular: 

EIXO 2: Ritos
1 Rituais:
A acolhida de um indivíduo numa religião institucional é feita através de um rito de entrada. Para isso é necessário uma preparação ao iniciado com informações necessárias para a realização correta e completa da realização de todos os rituais. Existem outros ritos que servem para celebração, agradecimento, oferta, veneração e adoração. Nesse sentido os rituais se constituem de um conjunto de realizações para o encontro com o sagrado. De forma mais amplo os rituais podem servir para se chegar ao Transcendente.
Um rito é uma ação ou o conjunto de ações realizadas nos cultos ou celebrações realizadas pelas diversas religiosidades, seja ela institucional ou não. É através do rito que a religiosidade se manifesta, isto é, ela aparece para o seguidor. O rito proporciona a união do ser humano a si, ao outro e ao Grande Outro. Os ritos das tradições religiosas exercem a função de alimentar a vida espiritual dos seus adeptos. É no conjunto de ritos que se aprende as doutrinas, o conhecimento da religião, as normas de convivência e os mistérios da vida.
Os rituais fornecem elementos para aquisição da prática religiosa. Os humanos reconhecem nos rituais o sagrado e o totalmente outro. Através de suas crenças é reconhecida a existência da realidade que transcende o mundo. Há o reconhecimento comunitário que reúne as pessoas para realizarem os seus cultos. O próprio culto é uma manifestação religiosa constituída de diversos ritos que podem incluir a leitura de textos sagrados, oferendas, a indicação de mistérios, pregações, cantos, danças, reverências e adorações.
Nos ritos são resgatados os modelos de comportamento, o papel de cada fiel na comunidade e as hierarquias das crenças religiosas. Neles existem uma interação do mundo sagrado e do mundo profano. O sagrado se sobrepõe ao profano e nele se revela. Os ritos e os cultos possuem os objetivos de demonstrar a dependência em relação ao sobrenatural, que pode ser positiva e benéfica ou negativa e maléfica, de acalmar as potências invisíveis e de indicar os espaços sagrados e profanos. Esses espaços podem estar na natureza ou separado dela. No entender de Luiz Alberto Alves “o espaço da vida comum separa-se do espaço sagrado: neste vivem os deuses, são feitas cerimônias e de culto, são trazidas oferendas e feitas preces com pedidos às divindades no espaço da vida comum transcorre a vida profana dos homens.”1

1.1 Rituais das Religiões Afro-brasileiras

As manifestações religiosas Afro-brasileira tiveram sua origem no Brasil com sua base trazida da África. Os elementos religiosos africanos deram origem ao Candomblé (Bahia), O Xangô (Recife), Xambá (Nordeste), Tambor de Minas (Maranhão), Omoloco (Rio de Janeiro), Batuque (Rio Grande do Sul) e junto ao sincretismo do catolicismo popular e o espiritismo surgiu a Umbanda.
As religiosidades africanas foram trazidas para o Brasil de maneira forçada, pelas mãos da escravidão. Em terras estrangeiras as divindades africanas dialogaram com as divindades indígenas, inclusive fazendo muitas concessões. Houve então uma mistura de elementos da pajelança com os catimbós. As tradições africanas, como a bantu, ioruba elaboraram uma síntese bem original representada pelo Candomblé. Os Orixás, enquanto divindades que permaneceram, tiveram que se esconder por atrás dos nomes e estátuas dos santos católicos.
O nome dos Orixás sobreviveram à imposição dos nomes cristãos. É o nome que resume a história pessoal e grupal contidas nos mitos, lendas e contos. Os antepassados representam a fonte onde são mediados pelo Orixás. Eles são considerados pessoas-símbolos que representam os ideais e os valores do grupo. O reconhecimento do valor da vida é uma das condições das religiões Afro-brasileiras. Há uma comunhão das relações entre a globalidade, a política, a cultura e amor. O ato de ter filhos é um culto a Olorum (Deus). Os rituais afros encaram a vida com base nas relações entre os humanos, a natureza e os demais seres. O ser humano é o centro e o ponto de passagem entre o visível e o invisível. A ofensa a Deus à Natureza e ao próximo não podem ficar sem retorno. A partilha, a solidariedade e o respeito são fundamentais para a sobrevivência espiritual e material do nosso povo negro. Esta obrigação de comunhão é a atitude que melhor expressa a realização dos seus cultos.
Os ritos Afro-brasileiros dependem da tradição oral enquanto conservam todos os conhecimentos guardados em sua cultura. Eles podem ser os batuques de funda-de-quintal, os pagodes e as escolas de samba desconhecidas. Existem os diálogos nos ritos, realizados pelos pais e mães de santo. Eles representam a figura do ancião que é a referência dos conhecimentos da tradição, necessários para da vida do grupo.
Há nas religiões Afro-brasileiras uma série de objetos que são usadas nos cultos. Tais objetos como altares com imagens representado os Orixás e santos, locais de sacrifício dos animais representando um Orixá específico. Os cultos Afro-brasileiros são realizados para agradecer e festejar junto aos Orixás. Os Orixás são as entidades que guiam a vida dos crentes. Eles são as energias que realizam as coisas boas para os seguidores. Cada pessoa possui um Orixá do qual depende e recebe as energias. O local dos cultos é chamado de Terreiro e neles os rituais são realizados.
Muitas vezes os rituais afro-brasileiros do Vudu, do Candomblé e da Umbanda são associados a rituais de magia negra. Esse erro acontece por ignorância, pois a magia negra, na atualidade, existe somente nos Estados Unidos. Não é de hoje que as religiões Afro são consideradas coisas ruins e perversas. A religião dos negros não mata gente. Os Nagô e Bantu da África, povos que legaram descendência à religiosidade negro-brasileira sacrificam animais para o espírito da natureza. A morte de gente em rituais foi vista apenas nos antepassados de olhos azuis lá na Europa, e os nossos antepassados astecas na América. Os negros africanos foram trazidos como escravos para morrer de trabalhar nas Américas e ainda são acusados de possuírem uma cultura assassina. 2


1.2 Rituais das Religiões indígenas


As religiões indígenas são as que possuem a maior diversidade no Brasil. A principal característica da realização dos cultos indígenas são o que chamam de Pajelança. Seus objetivos são muito variados, servem para proteger a tribo e a aldeia, ou para devolver a saúde do doente. Podem ainda ser feita para pedir a chuva, a boa colheita e a caça.
No começo da colonização brasileira, no século XVI, os indígenas já tinham sua cultura, seu modo de vida e suas manifestações religiosas. O fato é que não existia o reconhecimento, por parte dos portugueses, de nenhuma dessas formas de organização dos indígenas. Os colonizadores entendiam o mundo fundada no cristianismo ocidental tradicional católico, com regras fundadas no pensamento medieval. O que caracterizava a religiosidade indígena era o reconhecimento dos espíritos que podiam vir para realizar coisas boas para a tribo ou trazer feitiços. A figura do Pajé representa a autoridade espiritual da aldeia, o que tem capacidade de entrar em contato os espíritos para trazer bonanças.
O mundo indígena representava, para os portugueses, um atraso do progresso pensado pelo mundo ocidental europeu. O fato de estarem nus dava a sensação de viverem num mundo sem moralidade e sem regras. O que dava a sustentação para a vivência dos povos indígenas eram os mitos e os seus conhecimentos tradicionais.
Na cosmologia de um povo Guarani, chamado Kaiová, uma cruz que sustentará a terra no cataclismo final. Há uma cruz numa mão do pajé e na outra faz soar o maracá. Mesmo que supostamente convertidos ao cristianismo, esse povo revela resistência, tradição e memória na realização dos seus rituais. Ergon Shaden disse que “toda a vida mental do Guarani converge para o além”.3 Esta é uma referência à facilidade que eles tinham de aceitar a conversão dos missionários jesuítas. O que na realidade era uma espécie de adaptação do cristianismo às suas manifestações religiosas.
Os índios Guarani entendem que a terra possui características humanas, ela sente, se alarga, se estende, vê, fala, ouve, sente e é enfeitada, possui vida. Eles não veem a terra como propriedade de alguém, mas eles pertencem à terra. Os rituais realizados indicam isto. No cultivo do milho, feitas em roçados coletivos, a vida comunitária gira em torno do ciclo do milho. São feitos mutirões que culminam com a festa e a dança. Neste sentido o trabalho do cultivo do milho é visto como uma festa rica de ritual e simbolismo e não como um castigo.4
Para os Macuxi de Roraima, para quem a terra é a mãe, existe um ritual chamado de Parichara. O começo é a plantação de mandioca em forma de mutirão, com a qual fazem o caxiri e no fim a realização da festa, que é a realização do agradecimento aos espíritos pela boa colheita. São feitas danças e em ritmo festivo toma-se o caxiri. Os Macuxi ainda possuem pedidos que fazem aos espíritos para que realize uma boa caça, ritual feito pelo rezador. Entendem que esses espíritos são os donos da caça, do rio e outras coisas da natureza e que é necessário lhes pedir licença para caçar, tomar banho e comer os alimentos.



1.3 Rituais do Budismos


Os rituais do Budismo se organizam em torno da figura de Sidarta Gautama, e é reverenciado como o Buda ou o desperto. O Buda não é considerado Deus ou sobrenatural, mas um homem que deu resposta para os dilemas profundos dos dramas humanos. Há uma variedade muito grande de práticas e crenças, nas quais possuem seus fundamentos no reconhecimento da samsara – ciclo de nascimento, morte e renascimento ou reencarnação – e dos períodos de estudos, auto-mortificações, meditações para alcançar a iluminação. A sua doutrina está organizada nas quatro nobres verdades e no Caminho Óctuplo. Os componentes do Óctuplo são: compreensão correta, pensamento correto, fala correta, conduta correta, esforço correto, contemplação correta e concentração correta.
Entre as práticas do Budismo incluem ainda os cinco preceitos – não matar, não roubar, não ter má conduta sexual, não mentir, não ingerir álcool – a oferenda de alimento aos monges, celebrar os ritos de passagem, comemorar o aniversário do Buda ou dos “santos” budistas e a peregrinação.
Existe a noção de que a disciplina moral e espiritual poderia resolver o problema da morte. As más ações devem ser evitadas e se alguém o fizer passará por um dos estágios do inferno para erradicar suas faltas. Aqueles que evitam más ações, através da devoção ou doação aos monges alcançam méritos e conseguem nascimento melhor. A quebra da sucessão de renascimentos, é para Sidarta, o Nirvana, que é considerada a libertação. O Nirvana só é alcançado quando se evita a ignorância e o desejo e acontece o fim do processo de reencarnações, o que ocorreu com Sidarta. A trilha para o caminho do Nirvana são a renúncia dos prazeres, a prática da meditação e a conduta moral correta.
Por instrução de Buda, aconteceu a veneração dos seus restos mortais que foi cremado e teve as cinzas depositas em relicários funerários ou estupas. A veneração destes restos mortais deu origem à tradição budista de adoração que é direcionada a relíquias, objetos, imagens e locais santificados que estão associados à vida de Buda. Um dos rituais relacionados a essas relíquias é caminhar em círculo em torno da estupa para orientar-se firmemente em torno do cosmos.
Os funerais budistas visam a guiar o morto para que ele tenha nascimento melhor. Os funerais Tibetanos vão além e visam assegurar a libertação do Samsara, além de preparar para aceitação da perda e prepara para a passagem desta vida.
O fundamental na prática do Budismo é “encontrar a serenidade num mundo de sofrimento e mudança”.5 As práticas religiosas visam a encontrar o caminho do meio para se evitar atitudes extremadas e tem a função de evitar o sofrimento para chegar ao nirvana. Há três princípios que expressam o nirvana: conduta ética, disciplina mental e conhecimento do eu e do mundo.
Na tradição budista há várias formas de se praticar a concentração mental exigido pela disciplina mental. Uma técnica “é sentar-se em posição estável, com as costas retas e as pernas cruzadas, e cultivar a 'plena atenção' à respiração”.6 Esta técnica tem como objetivo acalmar a mente, eliminar emoções maléficas e ficar atento à realidade do eu e do mundo. Outra forma de meditação é a forma de culto em que se dá atenção a imagens mentais de Budas que estão em Templos e locais considerados sagrados para os seus seguidores.


1.4 Rituais do Cristianismo (católicos e evangélicos)


Os cristãos possuem seus cultos com base nos evangelhos escritos pelos seguidores de Jesus de Nazaré a partir do século I. Os discípulos, pequeno grupo de seguidores, acreditavam que era o Cristo ou Messias, redentor divino da humanidade que morreu e havia ressuscitado. A base do culto cristão é a crença da ressurreição de Cristo e a fé em um único Deus. Nos primeiros séculos os cristãos eram perseguidos por suas opções religiosas. Além disto foram incluídas em suas crenças todo o Primeiro Testamento que era seguido pelos Judeus da época.
Consideram-se vitais para o culto dos cristãos a vivência em comunhão, a fraternidade e a imitação de Jesus Cristo. Os acontecimentos referentes à vida de Jesus, suas pregações bem como a morte e a ressurreição foram escritos nos Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João – chamado de Segundo Testamento. O anúncio da ressurreição de Jesus pelos seus discípulos e do cumprimento das promessas de Deus em relação à chegada do messias anunciadas no Primeiro Testamento tiveram grande repercussão.
Alguns ritos religiosos dos cristãos possuem como base o Judaísmo – a Páscoa e , que foram adaptados às diversas realidades vivenciais de diferentes povos. A celebração da eucaristia era um rito familiar realizado pelos primeiros cristãos em locais muito escondidos nos primeiros séculos do cristianismo.
O culto do catolicismo é litúrgico, isto é, cerimônias realizada nas igrejas, e tem suas orientações a partir de sete sacramentos – batismo, eucaristia, crisma, penitência, ordenação sacerdotal e extrema unção. O culto dos santos é uma prática devocional originada da forma simples como o povo manifestava sua religiosidade. Os santos são homens e mulheres que viveram em extrema virtude ou morreram como mártires que deram testemunho de vida e exemplo de ideais religiosos e morais. A veneração envolve a reverência, a tentativa de imitar a espiritualidade e as práticas de devoção. Essas práticas incluem ofertas, invocações, promessas e pedido de curas e milagres. O culto oficial da Igreja Católica é a missa, onde há uma sequência de ritos com orações, pedidos de perdão, leituras bíblicas e a consagração da eucaristia, onde se considera a presença de Jesus Cristo no pão (hóstia) e no vinho. Quando da ausência de um sacerdote, os católicos admitem a realização do culto com a celebração da palavra lideradas por pessoas leigas. As procissões, espécie de caminhada com orações, são bastante populares, nas quais são realizados ritos muito diversificados, em geral com celebrações diversas em homenagem aos santos, santas e a Jesus Cristo.
O Protestantismo possui visões diferentes em relação aos seus cultos. O mais fundamental para os protestantes é a autoridade suprema da Bíblia. Há o reconhecimento de dois sacramentos – o batismo e a eucaristia – que são considerados simbólicos. O princípio do protestantismo foi trazer a Bíblia para a compreensão das pessoas. Para isso Marinho Lutero (1483-1543) traduziu a Bíblia para o alemão e considerava a palavra de Deus única senhora da igreja. Para ele somente as escrituras possuem a autoridade para encaminhar a vida do cristão, tirando a ideia de mediadores sacerdotes ou santos, como acontece na Igreja Católica, afirmando ser Cristo o único mediador. Lutero considera que não havia necessidade de atos piedosos (ações) para alcançar a salvação da alma, mas somente a graça de Deus e a fé. Surge uma nova forma de igreja que influencia os cultos evangélicos. A comunidade de crentes passa a ser considerada nos cultos diferentes pompas realizadas pelos católicos. Os cantos, no Protestantismo, são cantados pela comunidade. Uma das características dessa igreja era o rito da confirmação e do fortalecimento da fé. Jovens de ambos os sexos são acolhidos pela comunidade. “Depois da profissão de fé, com a oração e com a imposição das mãos, eles se tornam membros adultos da comunidade, com todos os direitos e deveres. Só então é que são admitidos à ceia eucarística.”7
Muitas Igrejas Evangélicas realizam seus ritos e cultos com essas características. Estima-se que existam no mundo mais de 400 denominações religiosas cristãs com uma grande variedade de interpretações da Bíblia e formas de rituais diferentes, ainda que com aspectos semelhantes ao pensado por Lutero. O foco principal dos cultos evangélicos é a pregação da palavra centrada na Bíblia e na eucaristia.


1.5 Rituais do Islamismo (muçulmanos)


O Islamismo é uma religião e forma de vida de origem árabe, que surge na cidade de Meca no século VII d.C. Segundo a tradição Maomé (Muhammad) é visto como o profeta e mensageiro de Deus (Alá) e recebeu diretamente de Deus a revelação que está descrita no Alcorão. Mesmo sendo de tradição árabe a maioria dos muçulmanos não deste país, mas a Indonésia, o Paquistão, o Bangladesh e a Índia. Islã é uma palavra árabe que significa submissão, no sentido de obediência em mente e espírito à vontade de Deus, é uma atitude interior de obediência a Deus, submissão à sua vontade às consequências de sua vontade que é a paz.
Há o reconhecimento dos muçulmanos que Abraão seja o fundador da sua fé, reconhecem ainda outros profetas do judaísmo e ainda Jesus do cristianismo. Mas o último e definitivo profeta é Maomé, a quem eles realizam rituais de comemorações de seu nascimento. Os seus seguidores também são considerados como autoridades, pois tiveram contato com o profeta. Por perseguição aos seus seguidores, Maomé teve que viajar em peregrinação da cidade de Meca para Medina. Essa viagem é conhecida com o nome de Hégira.
Maomé tem a função de profeta de Alá e não é representado como uma figura divina, como é a figura de Jesus para os cristãos. Para os muçulmanos Deus foi o autor do Alcorão e intermediado pelo anjo Gabriel, para que Maomé o escrevesse. Maomé é quem testemunhou, na forma de revelação direta o que está escrito no Alcorão.
Para o Islamismo as orações são realizadas em mesquitas, construções quadradas com o pátio aberto e uma torre. Os fiéis são chamados cinco vezes ao dia para a oração (Salat). Antes de rezar o fiel lava as mãos, antebraços, as pernas abaixo do joelho, o rosto, a boca e o nariz. Para isto a Mesquita tem um tanque de água onde são feitas essas abluções (espécie de banho). Há uma área para as orações, um púlpito para as pregações, e um local onde está indicada a direção de Meca, considerada para o Islã a cidade santa.
No começo os muçulmanos rezavam voltados para Jerusalém, mas depois passaram a rezar em direção ao Santuário sagrado de Meca. Ao entrarem na Mesquita os homens tiram os sapatos e as mulheres cobrem a cabeça. As orações são feitas com uma postura do corpo de joelhos no chão e a cabeça abaixada (prostração), levantam as mãos e gritam Allahu Akbar (Alá e Grande). Colocando a mão direita sobre esquerda eles recitam o capítulo de abertura do Alcorão. Existem outras posturas como a prostração completa e sentar com as pernas cruzadas. Para cada posição pronunciam palavras como al-tashahud (testemunho), fazendo referência ao testemunho de Maomé como apóstolo de Alá.
Nas mesquitas são escritos textos decorados com palavras do Alcorão, mas não são permitidos imagens ou símbolos visíveis de Deus. Há um plano matemático nas mesquitas que representa a ordem e o plano do universo.



1.6 Judaísmo


O Judaísmo enquanto religião monoteísta faziam o culto à um Ser maior que todos os deuses. Os três pilares do judaísmo são: Deus, a Torá e Israel. O culto ao Deus universal, eterno e criador do universo toma como base a aliança feita com os judeus. A esse Deus é atribuída a função de luz das nações. Ele é um Deus de todo o mundo, onipresente e onisciente, uma realidade indivisível, invisível e transcendente, fonte de toda ética e moral. A relação entre Israel e Deus é expressa na oração, Shemá, que é uma profissão de fé judaica.8 Deus também limitou a sua ação direta sobre assuntos humanos com o objetivo de lhe dar liberdade. Esse Deus não pode ser demonstrado através da linguagem, mas pela sua atividade que são a justiça e a misericórdia. Evitam que se fale o seu nome e o consideram sagrado demais para ser dito. Então usam os temos “meu Senhor” e o Nome. Com exceção nas orações em que o seu nome pode ser pronunciado. Não existe nenhuma forma de representação desse Deus, seja de forma humana ou de animal ou qualquer outro tipo de manifestação. Os judeus deixam isto evidente, pois para eles o seu Deus é invisível e está além da compreensão humana.
A Torá é o escrito que contém os ensinamentos divinos, os mandamentos e os rituais que influenciam os comportamentos e a ética dos judeus. A memória dos judeus se remente à promessa da terra feita por Deus a Abraão e seus descendentes e a aliança feita no Monte Sinai.
Mesmo com a morte do rei Salomão o reino se dividem em Israel (norte) e Judá (sul) e com a destruição do Templo pelos Babilônios (586 a.C.) os judeus mantiveram a sua religião. Tanto no exílio, na diáspora (judeus que vivem fora de seu país de origem) ou nas mais diversas adversidades vividas por eles, nunca houve o abandono de suas manifestações religiosas. O domínio da Babilônia era considerado como punição de Deus aos judeus. Essa noção influenciou os rituais judaicos.
Com o domínio dos Romanos (66 a.C.) sobre a região da Palestina, em 70 d.C. o Templo e a cidade de Jerusalém foram destruídos. Restando apenas o muro das lamentações, uma parte do antigo muro do Templo, em que os Judeus consideram o lugar mais sagrado da terra. Eles rezam e depositam súplicas e desejos dos fiéis.
Sem Templo e sem o local adequado para a sua construção, os judeus criam as sinagogas, que são locais de oração dos fiéis. Eles então substituem a prática do sacrifício, possível somente no Templo, pela leitura dos textos sagrados. No lugar do antigo Sacerdote fica o Rabino, que é o mestre do pensamento de doutor da lei.9
No início do primeiro século os fariseus democratizaram as escolas judaicas. Isso permitiu que os Rabinos tivessem seu aprendizado na prática e se desenvolvesse a crença na vida após a morte, fazendo os judeus aceitarem o difícil destino de seu povo neste mundo. No século XVI houve uma volta ao misticismo e à especulação messiânica devido às hostilidades vividas pelos judeus. No século XX sofreram pelo holocausto imposto pelo nazismo alemão, mas foi após a segunda guerra mundial, em 1948, que os judeus puderam identificar a sua cultura a um lugar, à terra prometida, como descrita nos ensinamentos bíblicos da Torá.

1BOHNE, Vicente V. E. (Coord.). Ensino Religioso – Capacitação para um novo milênio: O fenômeno religioso no ensino religioso, Caderno 4, FONAPER, 2000, p. 25.
2ARAGÃO, Gilbraz. Cuidado com a magia negra. Disponível em: <http://crunicap.blogspot.com.br/search?q=ritual>, Acesso em: 08 maio 2013.
3SHADEN apud FAUSTO, Carlos. Se Deus fosse Jaguar: canibalismo e cristianismo entre os Guarani (Séculos XVI-XX), MANA 11(2):385-418, 2005, p. 386.
4COSTA, Eber Borges da. Tapeporã – Caminho Bom: análise da prática missionária de Scilla Franco entre os índios Kaiowá e Terena no Mato Grosso do Sul – 1972 a 1979. Dissertação (Mestrado). São Bernardo do Campo: Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo, 2011.
5COOGAN, Michael D. Religiões, São Paulo: Publifolha, 2007, p. 167.
6COOGAN, Michael D. op. cit., 2007, p. 185.
7KÜNG, Hans. Religiões do Mundo: em busca de pontos comuns. Campinas: Verus editora, 2004, p. 240.
8EHRLICH, Carl S. Conhecendo o Judaísmo: origens, crenças, práticas, textos sagrados, lugares sagrados. Petrópolis: Vozes, 2010.
9VALLET, Odon. Uma outra história das religiões, São Paulo: Globo, 2002.

Texto base do referencial - 2


Dando continuidade dos textos base do referencial curricular para proporcionar aos professores e alunos o conhecimento das religiões em várias dimensões: filosófica, antropolótica, sociológica, psicológica e histórica:
veja também: Eixo 1
 
3.1.1 A função política das ideologias religiosas

A religiosidade representa para a sociedade uma parcela significativa de suas atividades. Ao se estudar a sociedade a política e as instituições, a sociologia pretende desvendá-lo como fato social. Em relação à religiosidade, alguns estudos querem desvendar o que representam as ideologias religiosas.
Nas sociedades antigas a função da política das ideologias religiosas era integrada na sociedade. Isto significa que não se via muita distâncias entre as manifestações religiosas e as outras organizações sociais existentes. Nas tradições religiosas dos indígenas e de aborígenes australianos há esta integração. O que há de elemento cultural está intimamente associada às manifestações religiosas e vice-versa. As implicações que a política e a organização social têm sobre esse tipo de sociedade influenciam diretamente nas ideologias religiosas.
Na Idade Média as implicações da ideologia religiosa sobre as questões políticas são marcantes. Para os medievais Deus era o centro e a base para explicar tudo. Não havia ideias diferentes sobre crença religiosa e o pensamento girava em torno do que justificasse a única ideologia religiosa da época, pensar nas coisas do mundo identificadas com a existência de um Deus. Na Idade Moderna esse pensamento se modificou e até se contrapôs ao pensamento medieval. O centro e a base já não é mais Deus, mas o próprio homem. Os modernos pretendem separar a religião da política. As ideologias religiosas passam a ser vistas separadas do mundo das ciências e sua função política já não representam muita coisa no mundo Ocidental.
No mundo atual, verifica-se uma grande separação das coisas que são do mundo religioso do mundo político, mas existe uma função política das ideologias religiosas. E qual será esta função? As ideologias religiosas estão presentes nos campos da moral, dos comportamentos, das artes e das decisões sobre com quem dialogar.
Buda (Sidharta) tomou uma decisão política importante que marcou o Budismo. Ele decidiu sair dos palácios para se aproximar do outro, e mais especialmente do sofrimento do outro. Jesus não queria o comércio no Templo e não aceitou como os judeus queriam julgar os que estavam com fome e colhiam o trigo no dia de Sábado para o seu próprio alimento. Deus queria que Moisés fosse libertar o povo da escravidão. A sua aparição na Sarça ardente revela que Deus tinha um plano para Moisés. No Candomblé, os Orixás encaminham respostas aos crentes para a prática do bem e defesa da natureza. Os Pajés procuram orientações dos espíritos para que tragam o bem para a aldeia e vivam em harmonia com a natureza.
O posicionamento político desses líderes religiosos revelam que as ideologias religiosas dirigidas para a prática do bem podem exercer uma função política com significado expressivo. Nesses casos as religiosidades estão sempre ao lado do “outro”, num diálogo com os menos favorecidos – os pobres, os que tem fome, os encarcerados, a natureza – e com a intenção de promover mudança social.

3.1.2 A função social das diversas religiões

Nas sociedades as religiões exercem a função de desenvolver um sistema de proteção da vida, de extensão do significado da existência humana e de interação e identificação do grupo social consigo mesmo e com o Transcendente. Quanto à sua função social a religião pode ser colaborativa no discurso público sobre a saúde, a educação, a segurança pública e o desenvolvimento nacional. Ela também pode ser executora e disseminadora desse discurso, visto que se apresenta numa posição privilegiada para esse feito.
Numa expressão, resumindo essa função, seria como “a busca da felicidade” em todas as suas dimensões, não somente a espiritual. A sociedade pode buscar na religião a identidade dos elementos de convivência social. A ideia de comunidade, por exemplo, estabelecida a partir de relações próximas e da realização de ritos comuns, pode dar sentido de pertença à vida de um grupo social.
A religião dá um sentido universal aos sentimentos humanos mais profundos. Ela pode incluir um corpo de doutrina formal, chamado de teologia, um ritual, uma experiência pessoal, os valores morais e uma organização de fiéis e sacerdotes. Quanto à sua definição a religião pode ser apresentada como o sentimento de solidão experimentada por indivíduos que se relacionam com o divino ou ainda consideram buscar um “Caminho” como no Budismo, no Xintoísmo e o confusionismo. Mas o que permanece é a ideia de um poder sobre-humano, como força abstrata e impessoal chamada Deus, fantasma ou espírito.
Para ilustrar vejam os exemplos: os Melanésios do Pacífico Sul consideram religião à crença num poder sobrenatural que pertence à religião dos invisíveis. Suas práticas representam o uso de meios para adquirir esse poder em benefício deles. Não é comum para este povo a noção de Ser supremo. Nas religiões afro-brasileiras o Olorum (o ser supremo) ocupa um lugar tão elevado que não existem rituais para ele, rituais são apenas para os Orixás. O indígenas brasileiros em algumas tradições precisam da ajuda do Pajé para negociar com os espíritos, que podem causar doenças. A cura da doença depende de como o Pajé acalma esses espíritos.
A função social da religião neste sentido é o pedido de ajuda que os humanos fazem ao divino. Isto faz viver melhor neste mundo e a ter boas relações com os outros, com a natureza de forma solidária e colaborativa. Não importa se a religião privilegia mais o ritual, ou a doutrina, a crença, ou o ser supremo.


1.4 Psicologia e tradições religiosas: Em todas as religiões a questão da psicologia é latente pois a influência dos líderes é notada nos formatos das religiões (sermões, castigos, direcionamentos):


As tradições religiosas possuem aspectos que podem ser definidos como gerais, ou seja, possui em todas as culturas humanas. Um desses aspectos é a espiritualidade. As visões que se tem da espiritualidade mudam, mas seu entendimento, sua existência e seu cultivo permanecem. A psicologia da religião pretende esclarecer a dimensão espiritual humana a partir das tradições religiosas.
A psicologia estuda a psique humana, com o objetivo de entender as dimensões existenciais. Estudos sobre a mente e o conhecimento pretendem indicar formas de tratamento de possíveis doenças, bem como a tentativa de soluções de problemas. Para a religião o estudo da espiritualidade auxilia no bem-estar psicológico, satisfação com a vida, felicidade, melhor saúde física de mental. A espiritualidade pode dar sentido à vida das pessoas auxiliando-o na morte e no sofrimento.
Aurora Camboim e Julio Rique afirmam que “a espiritualidade é a busca pessoal por respostas compreensíveis para questões existenciais sobre a vida, seu significado e a relação com o sagrado ou transcendente que podem (ou não) levar ou resultar do desenvolvimento de rituais religiosos e formação de uma comunidade.” Existem preocupações com o sentido da vida, com o que vem além dela, com o existir além da matéria, com a vida após a morte. Essas e outras preocupações são pensadas pelos que cultivam a espiritualidade.
A espiritualidade pode ser considerada como um fator positivo na saúde das pessoas e beneficiam na ajuda contra o stresse. A espiritualidade e a religiosidade ocorrem na adolescência de uma forma intensa. Sejam em posicionamentos radicais de ateísmo ou misticismo fervorosos. Na fase adulta há uma estabilidade das inquietações religiosas, na fase de envelhecimento

1.4.1 A tradição religiosa na construção do inconsciente pessoal e coletivo

Na visão de Carl Jung o inconsciente pessoal é composto por material reprimido e de complexos. Diferente disto, o inconsciente coletivo possui tendência de sensibilidade a certos símbolos e apresentam sentimentos profundos. Os símbolos religiosos e os conteúdos espirituais são importantes para a organização da personalidade. O estudo dos sonhos e dos desenhos feitos por Jung podem mostrar o inconsciente.
Essas ideias sobre o inconsciente cultivam a espiritualidade. Uma das tarefas da espiritualidade é dialogar com o mais profundo do nosso ser. Esse contato faz com as pessoas identifiquem algo diferente no seu interior. É isso o que algumas tradições religiosas chamam Deus. A sociedade moderna precisa buscar a dimensão espiritual como algo que dá ao homem o complemento para o seu ser.
Os seres humanos possuem a dimensão da corporalidade e uma mente que é carregada de desejos e sonhos. Mas existe uma dimensão que faz perguntas sobre a existência humana: de onde venho? para onde vou? o que estou fazendo aqui? Que energias que estão em nós e não somos dono, mas que temos uma missão de domesticar e fazer um projeto de vida de união com todas as pessoas? O nosso interior possui um mistério do qual muitas vezes se é incapaz de reconhecer, mas que nos torna estranhos de nós mesmos.
A dimensão espiritual é o que eleva o ser humano. Ela está centralizada no interior e eleva o ser humano para além deste universo. O seu resgate para o mundo atual é urgente, pois essa dimensão está no mais profundo de nós. É importante dialogar com ela, escutar a sua voz, na perspectiva de compreender o mundo e se aproximar de valores não materiais. O nosso inconsciente pessoal e coletivo nos dá a possibilidade de viver essa dimensão que une o homem ao cosmos, fortalece a sua capacidade de pensar nas coisas, no mundo e nos outros. Essa é a tarefa da espiritualidade e independe da tradição religiosa. Qualquer tradição religiosa aponta caminhos, dentro de suas limitações e condições, para olhar essa dimensão.

1.4.2 A inter-relação religiosa.

A fé apresenta ao ser humano uma ponte entre o que ele é o que a dimensão transcendente lhe apresenta. Não existe a fé sem sentir o transcendente. Esse sentimento revela e dá possibilidade de se criar e fazer crescer a interação do ser humano. A visão do homem integral na perspectiva de se entender e de ser relacional. Sem entender o foco principal do princípio e da origem da religião, que é a dimensão espiritual, não existe a possibilidade de inter-relação religiosa.
Não dá para entender a religião como uma “neurose coletiva” de dependência em relação ao pai e a mãe e que isso é projetado para um grande pai e mãe numa figura divina, como entendia Freud. Ele ainda afirma que a religião serviria como uma terapia para as pessoas não se tornassem neuróticas.
Diferente disto Leonardo Boff entende que a “neurose coletiva” é uma coisa constante que não dá sossego ao ser humano. Não há algo escrito em nós, no nosso código genético, para se chegar à felicidade. Isso para Boff é um propósito do criador, pois o ser humano precisa criar a sua felicidade. Ela não é dada nem no código genético nem na sociedade. O que há é um conjunto de respostas em que ele se dá e vai construindo a sua felicidade. A felicidade é um processo de auto-realização e um processo de individuação humana. Ele pode enfrentar tudo na vida, é um ser humano liberado. Essa é uma construção humana, pessoal e coletiva.
O crescimento da dimensão coletiva para possibilitar uma inter-relação religiosa entre os indivíduos de uma comunidade faz buscar respostas não somente na individualidade. Embora que a sua concretitude individual seja importante para a solução de problemas comunitários, é importante também o estabelecimento de uma convivência profundamente solidária. Ligar a busca do transcendente à busca pela relação com o outro facilita o conhecimento de si e do outro. Isso dá abertura maior ao ser humano liberado e o eleva para além da materialidade.


Formação continuada - 02/05/2013

A reunião da formação continuada dos professores do Ensino Religioso de Roraima teve como objetivo explorar os aspectos relacionados à filosofia que têm relação com as tradições religiosas. Fizemos uma formação que pudesse ampliar o conhecimento filosófico e religioso. Os outros focos desta formação foram: proporcionar aos professores uma fundamentação filosófica para o uso nas salas de aulas do Ensino Religioso, compreender o texto base dirigido aos alunos para aprofundar a compreensão das relações entre filosofia e religião, esclarecer acerca do Ensino Religioso e em referência às dúvidas sobre o Mestrado em Ciências da Religião.


Tivemos um momento de espiritualidade, realizada pelo Prof. Ronalson Moura, ligado ao Espiritismo, dado que a cada encontro procuramos proporcionar algum tipo de espiritualidade para o conhecimento do modo de se manifestar em cada uma das religiões. Foram esclarecidas as ligações em relação à ideia da reencarnação e o maneira como os espíritas refletem sobre esta temática.

Após isto o Prof. Manoel Rabelo, Coordenador do Ensino Religioso, teve a oportunidade de discorrer sobre a temática filosófica e religiosa. A explanação apresentou os principais elementos históricos da filosofia que são significativos para o estudo das religiões.


Depois disto o Prof. Francisco Ribeiro informou sobre a possibilidade de estender o convênio realizado entre a Unicap e o Estado de Roraima, já realizado com o primeiro grupo de mestrado no primeiro semestre de 2013. O Prof. explicou sobre a preparação para concorrer a uma vaga no próximo grupo do Mestrado.


A presença do Dr. Newton Cabral


O Prof. Dr. Newton Cabral, professor da Unicap – Universidade Católica de Pernambuco –, doutor em história, esteve em Roraima para realização de um seminário sobre História oral para os integrantes do Mestrado em Ciências da Religião. Aproveitamos sua presença e fizemos uma reunião com os professores do Ensino Religioso de Roraima para que ele explicasse sobre o funcionamento do Mestrado da Unicap. Sua colaboração foi importante para aqueles que desejam fortalecer ainda mais os seus conhecimentos a respeito da Religião voltada para o seu estudo científico. O Prof. Newton fez explanações sobre como o Curso de Mestrado funciona, suas metodologias, suas disciplinas e sobre a construção de projetos para a seleção do mestrado.

O Seminário ministrado pelo Prof. Dr. Newton Darwin de Andrade Cabral teve uma repercussão muito significativa entre os mestrandos. Estão elencados aqui o que alguns deles escreveram sobre suas impressões sobre o “Seminário sobre História Oral”: “Tivemos dois dias de um conhecimento estupendo. Tiramos todas as dúvidas com relação aos depoimentos orais os quais quase ninguém sabia o que significava. Tivemos uma aula proveitosa e muito diálogo sobre o nosso curso que nos enriqueceu muito, no entanto só temos a agradecer pela presença do prof°. Dr. Newton Cabral.”

O passeio com o Prof. Dr. Newton

Após uma chegada cansativa de Recife para Boa Vista e dois dias de seminário, certamente muito cansativos fizemos um tour bem diferente com o Prof. Dr. Newton Cabral. Eu e Jacilda levamos o professor para visitar uma comunidade indígena próximo da cidade na região da Serra da Lua, chamada Malacacheta, aproximadamente 38 km da capital, Boa Vista.

No caminho perguntamos a dois índios que encontramos onde ficava a Maloca e tivemos como resposta: “Pode torar aí na estrada, até chegar na serra”. Chegando lá encontramos a senhora Lucila que logo se apresentou “Eu sou Wapichana e sou parteira”. Ela nos apresentou a professora da escola que ensina a língua materna (Wapichana). Nos apresentamos também e Dona Lucila nos convidou para ir para um galpão onde a comunidade realiza festas, próximo à escola. Após as informações dadas por Dona Lucila conhecemos o Sr. Simeão, Coordenador Regional da Região da Serra da Lua. Ele nos contou sobre a situação da região. Nos deu diversas informações acerca da região e das terras indígenas do Estado de Roraima.

Fomos convidados para ir à casa do Senhor Simeão e tiramos algumas fotos. O Prof. Newton tomou um pouco de pajuaru (um tipo de caxiri forte) e conversamos sobre muitos assuntos em especial referentes às dificuldades das estradas, da política local e da cultura e costumes indígenas. Ele estava admirado com a folha do caimbé, uma árvore típica daqui dos nossos campos, e que é utilizada como planta medicinal pelos Wapichana.
Chegamos à Boa Vista com nosso carro cheio de lama. Parecia até que tínhamos feito um rally pelo Estado. Mas fomos a apenas 38 km e bem devagar.