O
Budismo define-se como “uma filosofia de vida baseada integralmente
nos profundos ensinamentos do Buda para todos os seres, que revela a
verdadeira face da vida e do universo. (…) é uma religião
pratica, devotada a condicionar a mente inserida em sue cotidiano, de
maneira à levá-la à paz, serenidade, alegria, sabedoria e
liberdade perfeitas” (O QUE É BUDISMO?, 2006, p. 5).
Buda
significa o iluminado. Essa iluminação foi atingida por Shiddarta
Gautama entre os século VI e V a.C.. A “iluminação” pode ser
definida como “a verdade última mediante a qual uma pessoa
liberta-se do ciclo do renascimento”. Shiddarta tornou-se o Buda,
ensinando às pessoas a se livrarem do renascimento e do sofrimento.
Para os budistas a verdade da disciplina do Buda (sasana)
sempre existiu. A sasana
implica a meditação e o exercício espiritual e o darma
(ensinamentos do Buda) (FONAPER, 2000a, p. 18). Buda (2500 atrás)
ensinava a disciplinar o espírito para chegar a uma consciência
clara e brilhante. O objetivo era tranquilizar o corpo, as emoções
e acalmar o espírito, em fim para “estar atento a tudo quanto faz,
diz ou pensa. O esquecimento do próprio eu e a arte de viver com
atenção são elementos do ensino de Buda. Para ele “o reto
esforço e a reta atenção (Sati)
constituem uma condição para a concentração meditativa (samadhi)
que leva à perfeita iluminação (bodhi)”.
Considerado o despertado, o iluminado, Buda irradia tranquilidade,
soberania, superioridade e paz (KÜNG, 2004, P. 149). Ele era jovem e
rico príncipe que experimentou a realidade da vida quando deixou o
luxo e percorreu o país. Viu o mundo, o sofrimento, o
envelhecimento, a doença e morte. Experimentou a instabilidade da
vida como o grande problema da existência humana. Como tudo está
associado ao sofrimento, verificou que sua vida não tinha sentido.
Deixou sua família e saiu da sua pátria para ir às fronteiras da
Índia e do Nepal, renunciando sua nobreza. Gautama tinha 29 anos e
buscou o objetivo de “encontrar a redenção definitiva do
sofrimento”, sendo um monge. Seguiu diversos ascetas e viveu nos
rigores de exercícios respiratórios, jejuns e mortificações, mas
sem resultados. Deixou tudo e foi para um rio praticar a meditação.
Após muito tempo de concentração profunda ele experimenta a
iluminação, redenção e libertação, tornando-se assim o Buddha
– isto
é desperto e iluminado. Neste momento Sidharta encontra as “repostas
para as quatro perguntas primordiais: o que é o sofrimento, de onde
ele vem, como pode ser superado e qual o caminho para superá-lo”.
Essa passou a ser sua principal mensagem, chamada de Quatro Nobres
Verdades (Ibid., p. 150-51). Surge então uma religião com
características de espiritualização e interiorização alcançados
com as próprias forças e não dado por um Deus.
O Buda
desenvolveu uma religião com doutrina e caminho de salvação. Sua
intenção era de curar o sofrimento e ajudar as pessoas as encontrar
libertação e redenção. O domínio da dor e de reconhecer os
próprios limites, finitude e condição de mortal. Observou que nado
o que se vê é estável, até a própria existência é perecível.
O sofrimento deriva dos próprios apegos e a solução será
libertar-se do próprio eu, através de um caminho de renúncia de si
mesmo. Desta forma é que se terá a compaixão universal. A intenção
de Buda é fazer com que as pessoas tenham experiência de ética e
prática (Ibid., p. 153).
O
Budismo consiste na doutrina que une religião e filosofia (há os
que não a consideram uma filosofia) objetivando à santidade e a
libertação da dor. A causa da dor são as paixões e desejos e
“apego aos objetos exteriores”. Para que a dor possa se extinguir
são necessários quatro caminhos:
- A ciência que demonstra a vaidade e a realidade do mundo externo;
- A observação das cinco proibições: Não matar, não roubar, não cometer adultério, não mentir, não se embriagar;
- A abstinência dos dez pecados: assassínio, roubo, fornicação, mentira, murmuração, injúria, insensatez no falar, inveja, ódio e heresia;
- e a prática das seis virtudes transcendentais: dar esmola, moralidade perfeita, paciência, energia, bondade, amor ao próximo (FONAPER, 2000a, p. 14).
A
iluminação chega ao homem quando em suas práticas não toma
alimento além da refeição do meio-dia, evita espetáculos
mundanos, não ornamenta nem perfuma o próprio corpo, evita leitos
macios e elevados do chão e vive na pobreza. “A virtude suprema é
a meditação pura. Aí se descobre que o mundo aparente é ilusório,
e é nisso que reside a esperança da libertação. É só pela
contemplação interior que o homem pode superar-se. Na meditação o
homem esvazia-se de qualquer desejo” (FONAPER, 2000a, p. 19). É
possível a purificação completa das almas quando houver sucessivas
reencarnações até chegar ao Nirvana (paraíso). A essência da
prática religiosa consiste em três joias: a primeira é Buda, a
segunda é Dharma (ensinamentos e a verdade sobre todas as coisas), a
terceira é a sangha (a comunidade de praticantes) (FONAPER, 2000a,
p. 19).
O
ensinamento do iluminado resume-se em abster-se do mal para chegar ao
bem, no objetivo de purificar a mente. As quatro nobres verdades
consistem em: 1. A existência é cheia de sofrimento (dukkha); 2. O
sofrimento deriva do desejo e do apego; 3. O sofrimento pode sessar
totalmente (Nirvana); 4. Tudo está ao alcance pelo Caminho Óctuplo.
Esses são os samma
(correto): compreensão, pensamento, fala, ação, existência,
esforço, atenção e concentração. Todos
esses descritos como corretos. (Ibid., p. 20).
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