O Islamismo ou Islã é a religião de
fidelidade a Deus. O profeta Maomé, que viveu historicamente no
século VII, relata que o islã iniciou como modo de vida (din),
prometido por Deus à sua criação. “A revolta e o pecado humanos
significavam que Deus enviava constantemente profetas, incluindo
Moisés, chamado Musa no Islã, e Jesus, a figura central do
Cristianismo, chamado Isa pelos mulçumanos, para reconduzir as
pessoas ao din
apropriado”. Todos foram rejeitados, com exceção de Maomé.
(FONAPER, 2000a, p. 34).
Maomé, nascido em Meca – Arábia Saudita
– entre 570 e 580 d.C., teria recebido revelação do arcanjo
Gabriel. No Corão contém as revelações desse arcanjo ao profeta
Maomé. Nele contém preceitos religiosos, os dogmas e a moral do
Islã. Além de religião o Islã forma uma comunidade social e
política. A doutrina fundamental do Islã é o monoteísmo. Deus é
único, é o Deus de Abraão, é Alá. “Islã significa submissão
à vontade de Deus que criou todas as coisas. Os Anjos decaídos
recusaram obediência a Alá e, por vingança, levaram Adão e Eva ao
pecado.” O profeta tem como missão transmitir a mensagem de Alá.
Para o islã o principal profeta é Maomé, porque ele restituiu a
mensagem divina. Após a morte, no juízo universal, os bons
receberão a felicidade completa. Os maus serão castigados com o
fogo abrasador no inferno. É reconhecida a unidade de Deus através
do culto. As orações deverão ser feitas cinco vezes ao dia, num
tapete voltado para Meca. No Ramadã, que dura um mês, há os jejuns
diários, podendo-se comer á noite. Proíbe-se comer carne de porco,
bebida alcoólica e jogar cartas. Também é proibido o uso de
imagens e estátuas para evitar a idolatria. Em seus templos,
chamados de mesquita, somente homens fazem as orações. (Ibid., p.
35).
A oração para os mulçumanos desempenha
papel central. Eles têm a obrigação (fard)
de realizar a oração ritual (salat)
“cinco vezes por dia em hora determinada”. A mesquita é o lugar
do culto, das orações pessoais e comunitárias, lugar das reuniões,
de negociações e de julgamentos, assim como do ensino teológico.
Não há na mesquita, nem imagens nem objetos de devoções. Somente
as palavras do Alcorão – ou corão – e ornamentos não
figurativos. Não há música solene. “A solene recitação do
Alcorão é a música suficiente” (KÜNG, 2004, p. 250-51).
O Islã iniciou com um pequeno grupo de
pessoas. Maomé advertia o povo em Meca, no entanto, nem todas as
pessoas ouviam a voz de Deus anunciada por ele. Houve perseguição
em relação a esse grupo que teve que fugir para Latrine em 622 d.C.
Essa fuga chama-se hijira,
ou Hégira que foi acrescentado ao calendário lunar Islâmico. Há
dois grupos de são dignificas pelos mulçumanos: os muhajirun
– os que fizeram a hijira
– e os ansar – auxiliadores de Maomé em Meca. Maomé costumava
“buscar a verdade de Deus” no monte Hira. Numa caverna desta
montanha ele “foi tomado pelo sentido de Deus”, pelo mensageiro
Jibra’il (Gabriel) que dizia: “‘Iqra’, ‘Recita’. Recita o
quê? ‘Recita em nome do teu Senhor que criou, criou o homem de uma
gota’...”. Essas são as primeiras palavras do corão – o livro
sagrado islâmico. Deus enviou sua palavra por meio de Musa e Isa,
mas quem recebeu a mensagem de forma definitiva foi Maomé
(Mohammad). É nele que há a compreensão de que só Deus é Deus -
Allah. Além do corão, os Hadiths – tradições – feitos pelos
profetas que conheceram Maomé (FONAPER, 2000a, p. 35).
A Caaba é o local onde Adão teria
estabelecido um santuário. Abraão foi ordenado por Deus a fim de
convocar toda a humanidade para visitar o local. Ao chegar lá os
visitantes respondem a convocação de Deus dizendo: “Eis-me aqui,
Senhor!” “Os rituais do Hajji, a peregrinação a Meca, foram
instituídos por Abraão, incluindo o cricungiro da Caaba por sete
vezes, no sentido anti-horário”. A comunidade mulçumana se
dividiu em Sunni – Sunitas – que escolheram Abu Bakr como
sucessor de Maomé e em xiitas – do partido de Ali – que
acreditam ser seu parente mais próximo o sucessor. Mesmo assim
“pouca coisa separa os dois grupos na crença e na prática”
(Ibid., p. 40).
Ás vezes acontece coisas injustificadas
pregadas pela mídia do Ocidente. Em geral
quando se fala do Islã, nossa
mídia gosta de mostrar mulás barbudos, terroristas violentos e
inescrupulosos, xeiques do petróleo super-ricos ou mulheres com o
rosto velado. Os inúmeros mulçumanos pacíficos, tolerantes e
abertos sofrem com estes estereótipos europeus, que destacam nos
mulçumanos sobretudo a intolerância interior, a militância
exterior e a rigidez e o atraso sob todos os aspectos ( KÜNG, 2004,
p. 253).
É interessante perceber que no Corão a
única referência à palavra violência assim diz: “E lhes
ensinamos a fazer couraças para vós, afim de proteger-vos das
vossas violências mútuas. Não estais agradecidos?”(SURATA, 21,
80) (O ALCORÃO, 2012, p. 129).
A profissão de fé (shahada)
dos mulçumanos resumem-se à duas palavras. Elas são a mensagem
central do Islã:
- Alah: a fé no único Deus, onde somente a ele é realizada a oração litúrgica. Isto se constitui no primeiro dever do mulçumano;
- Maomé: crença no último e definitivo profeta. É ele quem trouxe o Alcorão, é o enviado especial de Deus. (KÜNG, 2004, p. 255).
REFERÊNCIAS
FONAPER
– Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso. Ensino
religioso: capacitação para um novo milênio: O fenômeno religioso
nas tradições religiosas de matriz oriental,
Caderno 8, Caderno de Estudos Integrantes do Curso de Extensão – a
distância – do Ensino Religioso,Brasília, [s/e], 2000a.
FONAPER
– Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso. Ensino
religioso: capacitação para um novo milênio: O fenômeno religioso
nas tradições religiosas de matriz ocidental,
Caderno 6, Caderno de Estudos Integrantes do Curso de Extensão – a
distância – do Ensino Religioso,Brasília, [s/e], 2000b.
GAARDER,
Jostein. HELLERN, Victor. NOTAKER, Henry. O
livro das religiões, São
Paulo, Companhia das letras, 2005.
KÜNG,
Hans. Religiões do mundo:
em busca de pontos comuns, Campinas, Versus editora, 2004.
MARTINELLI,
Stefano. A religião na sociedade
pós-moderna: entre
secularização e dessecularização.
O
ALCORÃO, Base
de dados: http://www.livroesoterico.com.br,
Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do>,
acesso em: 01 ago 2012.
O
QUE É BUDISMO, Templo Zu Lai e
BLIA – Associação Internacional Luz de Buda, 2006.
SMITH,
Huston. As religiões do mundo:
Nossas grandes tradições de sabedoria, São Paulo, Cultrix, 2007.
VALLET,
Odon. Uma outra história das
religiões. São Paulo, Globo,
2002.
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