Kong
Fuzi, ou em forma latinizada Confúcio, viveu mais ou menos entre
551-479 a.C., e que veio a ser considerado um sábio Chinês. (KÜNG,
2004, 114). Era considerado apenas um mestre entre outros, passa a
ser mestre por excelência na era Zhou. Nesta época o confucionismo
torna-se filosofia oficial e doutrina do estado. Confucio então
passa a ser celebrado como símbolo da cultura chinesa. (Ibid., p.
121-22). Confucio não era místico, mas um reformador ético e
social. Seus textos foram base do sistema político e religioso
“estruturado para manter o equilíbrio e a harmonia entre o Céu, a
Terra e a humanidade” (FONAPER, 2000a, p. 15).
Os
ensinamentos de Confúcio estão nos Analectos e nos clássicos de
grande importância: Livro das Mutações, da História, da Poesia,
dos Ritos e os Anais de Primavera e Outono. Estes clássicos são
atribuídos ao próprio Confúcio, onde ele indica as éticas e ritos
da passagem (nascimento, casamento, morte) para a prática da ordem e
da harmonia. Essas representam o equilíbrio de forças opostas do
yin
e do yang
na sociedade. Ensina-se respeito à tradição e aos mestres. Há no
confucionismo um humanismo que tem como princípio a ordem moral
(Ibid. p. 15).
O
ensinamento confuciano “têm como ideal de formação a humanidade,
a piedade e a integridade”. Além a firme atitude moral,
possibilita autonomia, ao invés de muitas leis a ética a prudência
de vida eram mais consideradas. Todo confuciano deveriam dominar o
conhecimento dos escritos (KÜNG, 2004, p. 122).
Confúcio
criou normas para a vida religiosa, para os sacrifícios e os
rituais. O confucionismo era então uma religião do estado, em que o
Império chinês, estabelecido por sociedade hierárquica, permanecia
com os mesmo líderes. A religião do estado era mais praticada pela
elite e as classes dominantes, da qual o povo não conhecia muito. Os
pobres praticavam uma religião de adoração dos espíritos, que se
caracterizava pela tradição e envolvidas com influências de muitas
religiões (GAARDER, 2005, p. 85).
Como
natureza e universo estão em harmonia, isto deveria ser aplicado ao
homem. Confucio adotou o Tao,
harmonia predominante no universo, como modela para a sociedade. Esta
seria a forma pelo qual o indivíduo deveria viver, isto é, em
compreensão e harmonia. O ser interior do homem deve atingir essa
consonância com o Tao,
assim ele achará o incentivo necessário, “o te,
isto é, o caminho certo para a ação”. Precisa-se então de
conhecimento e compreensão da tradição. “Esta ensina ao
indivíduo as regras de comportamento correto, a celebração fiel
dos rituais e das cerimônias religiosas, e qual é o devido lugar na
sociedade”. Confucio considera o homem como naturalmente bom e o
mal era consequência da falta de conhecimento, para tanto a educação
implicava em transmitir os conhecimentos corretos. Quanto ao que
caracteriza a regulação das relações o confucionismo é
politicamente conservador, ou seja, concebe obediência do servo em
relação ao soberano, da mulher em relação ao homem. Isto
significou uma dificuldade em relação à autoridade. No entanto, há
ideais que devem ser alcançados segundo Confúcio que são a piedade
filial o respeito e reverência (GAARDER, 2005, P. 87).
REFERÊNCIAS
FONAPER
– Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso. Ensino
religioso: capacitação para um novo milênio: O fenômeno religioso
nas tradições religiosas de matriz oriental,
Caderno 8, Caderno de Estudos Integrantes do Curso de Extensão – a
distância – do Ensino Religioso,Brasília, [s/e], 2000a.
FONAPER
– Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso. Ensino
religioso: capacitação para um novo milênio: O fenômeno religioso
nas tradições religiosas de matriz ocidental,
Caderno 6, Caderno de Estudos Integrantes do Curso de Extensão – a
distância – do Ensino Religioso,Brasília, [s/e], 2000b.
GAARDER,
Jostein. HELLERN, Victor. NOTAKER, Henry. O
livro das religiões, São
Paulo, Companhia das letras, 2005.
KÜNG,
Hans. Religiões do mundo:
em busca de pontos comuns, Campinas, Versus editora, 2004.
MARTINELLI,
Stefano. A religião na sociedade
pós-moderna: entre
secularização e dessecularização.
O
ALCORÃO, Base
de dados: http://www.livroesoterico.com.br,
Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do>,
acesso em: 01 ago 2012.
O
QUE É BUDISMO, Templo Zu Lai e
BLIA – Associação Internacional Luz de Buda, 2006.
SMITH,
Huston. As religiões do mundo:
Nossas grandes tradições de sabedoria, São Paulo, Cultrix, 2007.
VALLET,
Odon. Uma outra história das
religiões. São Paulo, Globo,
2002.
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